quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Sem saída

Agora ele até apoia o "menino" que rouba um celularzinho para tomar uma cervejinha, mas, antes de sua última temporada na prisão, o líder da seita lulopetista ainda dizia querer combater a criminalidade, que cresceu como nunca durante o período em que seu pessoal esteve no poder.

Como normalmente acontece nesses casos, seus marqueteiros inventaram um plano para ser vendido como a solução saída de uma mente genial, capaz de pensar o que nunca antes alguém havia pensado na história deste país. Um com um nome bacana, fácil de decorar. No caso, UPP.

Elas incluíam melhorias como escolas, praças e até um bondinho num dos casos. Mas o principal é que levavam a polícia para a região escolhida. E com um efetivo policial de bom tamanho e atuante, os bandidos fogem do local. O problema é que eles fugiam para outro lugar e o problema não acabava, só mudava de endereço.

Bem, isso foi antigamente, antes do cara ir em cana e antes daquele juiz que descobriu repentinamente que ele não deveria ter sido julgado em Curitiba proibir a polícia de subir os morros cariocas, transformando-os no exato oposto do que deveria ser a UPP.

Mas a ideia da UPP está viva e em plena adaptação à selva amazônica, pois o governo do ex-detento promete expulsar os garimpeiros das terras dos yanomanis, aquela meia dúzia de silvícolas que ganhou um território maior que Portugal (do lado brasileiro, pois do venezuelano tem mais).

Vai conseguir? Em parte sim. Mas, como já mostram as preocupações dos ecochatos nos jornais, o problema é que os garimpeiros ilegais irão para outra parte da Amazônia, se envolverão com outras tribos. Eles conseguirão fiscalizar adequadamente a floresta inteira durante todo o tempo?

Não conseguirão. Realizarão algumas ações de marketing, mas nem o objetivo inicial de controlar o território yanomani será atingido. A área é muito grande, mesmo gastando fortunas não se pode policiá-la como a praça de uma cidade (algo que, aliás, também parece difícil por aqui).

Em função disso, o garimpo ilegal continuará roubando os "celulares" que a natureza enterrou em nosso chão, pois onde tiver um deles dando sopa sempre haverá alguém querendo tomar uma cervejinha com os amigos.

E já que nós não estamos usando esses celulares e custa bastante para retirá-los de onde estão, não seria melhor legalizar o trabalho dos meninos e deixá-los ganhar enquanto o país ganha também? Seria, é evidente, e era nesse sentido realista que trabalhava o governo anterior.

Ah, mas para fazer isso você precisa tirar um naquinho das imensas áreas indígenas e, principalmente, abandonar a fantasia, nacional e internacional, da Amazônia intocada. Precisa também cortar as asas dos que querem permanecer na ilegalidade porque assim ganham mais, combater de verdade a bandidagem.

E por um mais desses motivos o lulopetismo prefere fazer teatro a resolver o problema.


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