sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Crime sem castigo

Não é ofensa, é constatação. A história da "cervejinha" não foi um escorregão, o líder e seu desgoverno tratam o criminoso como eleitor. E tem dado certo. Quase 90% dos presidiários que podem votar optam por seu partido e já chegamos perto de ter um milhão de detidos. Calcule quantos bandidos estão soltos e faça as contas.

Seguindo essa linha, o novo Secretário Nacional de Políticas Penais saiu anunciando que quer implantar um tal "desencarceramento consciente". E ele parece ser homem de confiança do chefe, o comunista Flávio Dino, que lhe deu cargo semelhante na época em que governava o Maranhão.

Sim, é aquele mesmo Maranhão do Presídio de Pedrinhas, onde, tempos atrás, os "internos" se divertiam cortando as cabeças uns dos outros. É claro que eles pertenciam a facções diferentes e é difícil administrar essas coisas. Mas se todos estiverem soltos e se matarem na rua, a administração não será mais criticada.

Além disso, o eleitorado formado pelos criminosos e suas famílias será ainda mais fidelizado. E, entre os demais eleitores, aqueles que votam no partido do desgoverno não conseguem juntar esse tipo de medida à violência a que todos estão expostos. Não escolheram um ex-presidiário para presidente? Não precisa dizer mais.

Digo isso com a tranquilidade de quem não é adepto do encarceramento por qualquer coisa. O pequeno tráfico de drogas, por exemplo, na minha opinião só deveria ser punido com cadeia depois de uma ou duas reincidências. Mas algumas pessoas precisam ser detidas e a prisão não pode ser uma colônia de férias.

Meça por você mesmo, que é uma pessoa honesta. Imagine-se numa situação em que pode roubar algumas dezenas ou centenas de milhões e esconder a maior parte do dinheiro onde nunca poderá ser encontrado. O único problema é que uma hora descobrirão o desvio e será quase inevitável passar uns três anos em cana.

Três anos comendo mal, dormindo mal, vivendo na cela fedorenta de um presídio superlotado com enormes chances de ser agredido, torturado, violentado e até assassinado. Nem pensar, nem uma semana dá para passar assim.

Agora imagine que viramos a Suécia e cada preso tem um pequeno quarto individual e não corre o risco de sofrer nenhuma violência. Três anos passam rápido, dá para colocar a leitura em dia, aprender marcenaria ou coisa parecida. A propensão para meter a mão naqueles milhões aumenta ou diminui?

Aumentaria ainda mais entre quem já entrou no mundo do crime e está acostumado com o nosso sistema. E entre quem não entrou, mas pode entrar. O garoto que vê o vizinho bandido pegando as minas com carro bacana pode se achar mesmo um idiota de tomar ônibus lotado quando o único risco que corre é o de assistir palestras de ressocialização.

Em suma, trata-se de mais uma proposta do desgoverno que só não deve piorar tanto as coisas porque a incompetência de seus integrantes não lhes permitirá ir muito longe.

Para terminar, pergunte o que o Flávio Dino acha de desencarcerar os brasileiros que estão presos há mais de um mês por protestarem em Brasília no dia em que alguns infiltrados quebraram vidraças. Aí pode apostar que ele é contra. Como bom comunista, ele acredita que não há crime maior do que ser contrário a um governo da turma.


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