terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

Fim de reinado

100 quilômetros quadrados, esse era o tamanho do território que a Disney administrava diretamente em torno de seu parque na Flórida. Ali ela impunha algumas leis próprias, cobrava impostos e gerenciava os serviços normalmente prestados pelo poder público, como coleta de lixo e tratamento de água.

É coisa antiga. E no começo, naquela época em que todo o sábado eu ganhava um dinheirinho e corria até a livraria para comprar o último gibi do Donald ou do Zé Carioca, acho que todo mundo gostava da ideia daquela simpática companhia ter uma espécie de pequeno reino particular.

Mas o tempo passou, o politicamente correto chegou e a velha empresa do Walt se transformou numa das mais furiosas defensoras da lacração. O governador DeSantis passou a atacar a lavagem cerebral das crianças. Os lacradores do reino independente se insurgiram contra as leis criadas para tal. E ele o destruiu.

Fim de reinado.

O "furiosas" não está aí em cima por acaso. O pessoal da lacração não se contenta com a tolerância dos demais aos comportamentos que defende. Mesmo perdendo lucros e reinos, essa pequena minoria faz de tudo para obrigar quem possui outros valores a se expor à sua visão do mundo.

Por que essa fúria, essa ânsia? Bem, quando a gente tem algo meio desagradável para dizer é melhor colocar as palavras na boca de outro. Então, lá vai, citada de memória, a opinião do saudoso Paulo Francis sobre o assunto.

Segundo o cara que apelidou aquele ex-presidiário de "menas", o problema é que a maior parte dos homossexuais (e trans e o que mais tenham inventado) percebe o asco que suas práticas causam aos demais e se sente tão desconfortável com isso que não consegue deixar de tentar convencê-los de que aquilo é normal.

Foi o Francis que falou.

A Globo tem um canal chamado TV Brasil que passa filmes brasileiros, em sua maioria realizados antes de Bolsonaro cortar as mamatas governamentais. De vez em quando, zapeando, eu passo por lá e o tema parece único. Tem dois marmanjos conversando, segundos depois eles estão se beijando.

Mas parece que a coisa piorou depois do Molusco assumir. Esse dias peguei a cena na parte em que os dois estavam pelados e um dizia pro outro: "Me sinto culpado por estar traindo meu próprio filho". Quer dizer, é pai, é filho... todo mundo é.

Ontem foi diferente, tinha uma mulher com cara de sofrida tomando café sozinha na cozinha pobre com azulejo quebrado. Pensei que era uma variação de "a vida é uma merda", o outro grande tema do cinema lulopetista.

Mas aí eu percebi que a dita cuja era a Zelia Duncan. E não deu outra, na cena seguinte ela já conheceu um grupo de quatro mulheres, duas das quais com "corpos negros e lésbicos", e a história acabou numa suruba entre as cinco que só não era explícita porque na hora H aparecia um dedinho para tapar.

Com o descondenado, essa turma vai voltar a reinar.


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