Como prefiro perder tempo com outras coisas, fico nas manchetes e nem me preocupo em saber os detalhes do que aquele sujeito diz por aí. E como raramente assisto noticiários de TV, pouco tenho escutado sua voz asquerosa. Mas ontem a TV estava ligada ao fundo e eu acabei prestando atenção na sua declaração.
Era sobre sua luta contra a fome. Aquela que, sempre citando "um estudo" que nem se sabe bem quem fez, a nossa imprensa que não pensa inventou que afetaria mais gente do que a que pediu o auxílio de 600 reais.
Quanta asneira, quanta enrolação! As frases feitas de sempre, a mesma tentativa de pegar o ignorante que é seu típico eleitor pela emoção. As obviedades sobre a parte perdida da produção, a mentira de que acabará com ela. E a cereja socialista do bolo: Se uns comem de menos é porque outros comem demais.
É a volta do "menas", que o Collor usou para detoná-lo e ele depois admitiu que não se preocupava em corrigir porque o Paulo Freire lhe disse que o que conta é saber se o interlocutor entendeu. O Brasil anda em círculos, sem sair do lugar. Parabéns aos idiotas que, por ação ou omissão, colocaram essa figura abjeta onde está.
Também não perco tempo procurando saber exatamente o que aconteceu em casos como o do alegado trabalho escravo nas vinícolas gaúchas. É mais do que óbvio que nenhuma associação de empresários "tentou justificar o trabalho escravo dizendo que ele é culpa do Bolsa Família", como as penas de aluguel do lulopetismo escrevem por aí.
Aliás, eles não falam em escravidão, mas em "condições análogas à escravidão". E estas podem incluir - tenho certeza porque aconteceu com pessoas próximas - oferecer alojamento em camas com medidas centímetros abaixo do padrão ou não fornecer copos descartáveis para o trabalhador.
É a trans-escravidão, a pessoa pode mandar o escravizador à pqp e sair caminhando mundo afora quando quiser, mas é escrava porque se sente como tal. Ou o malandro da ONG que vive disso - como o nosso Sakanamoto - sente em seu lugar.
Claro que o Sakanamoto é veterano e não precisa provar nada a ninguém. Feio mesmo está fazendo Tia Reinalda, que, ainda com aquela ânsia da nova aquisição que quer mostrar fidelidade ao mestre, dedicou alguns tuítes ao tema.
Não exatamente nesta ordem, Titia defende que um vereador seja processado e cassado por racismo, ataca a insensibilidade das nossas elites empresariais com a situação do povo popular e - esta é a melhor! - defende um boicote contra os vinhos saídos da região em que o problema teria acontecido.
É tão ridículo que se torna difícil comentar. Mas seus patrões já boicotam essas empresas, Titia, nenhum deles bebe vinho nacional. O que prova como eles são sensíveis e se preocupam com os mais necessitados. Só falta agora os pançudos comerem menos para sobrar mais comida para os pobres.
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