Pode-se dizer que um posicionamento não se torna vencedor quando é aceito em sua quase totalidade por quase todos, mas quando sua lógica interna (o esqueleto que o mantém de pé apesar de quase nunca ser mencionado diretamente) passa a ser admitida como natural e é aplicada a outros assuntos por muitos.
Nesse sentido, foi lendo os comentários de ontem que eu me dei conta de que a ideologia trans (ou que nome queiram lhe dar) venceu, saindo de seu campo original e chegando até mesmo à esfera política.
É assim que temos hoje a direita trans e o antipetismo trans firmemente estabelecidos entre nós. O pessoal dessa linha de pensamento auxilia o lulopetismo fazendo acirrada campanha contra a única opção indiscutivelmente à sua direita, mas, tal qual o Pablo Vitar "se sente" mulher, "se sente" de direita e antipetista.
E não adianta você esfregar os fatos na cara do sujeito. Do mesmo modo que os amigues do Pablo dizem ser mulheres com pênis, os integrantes da direita trans se imaginam direitistas e antipetistas que por mero acaso fizeram o possível para que o petismo vencesse a última eleição e dominasse a nação.
Essa minoria não consegue perceber a contradição entre as duas coisas. Como aqueles trans de que falamos esses dias, que chamam as "mulheres com vagina" de bruxas traidoras, se consideram inclusive os verdadeiros direitistas. E ainda se acham injustiçados quando são expulsos à tapa do banheiro.
Linguagem neutra
O STF, todos sabem, declarou ilegítima uma lei que proibia a tal linguagem neutra nas escolas de um estado. O argumento tem lógica: definir essas coisas seria competência da União. Mas é impossível não pensar que a decisão teria sido oposta se a União estivesse em outras mãos e decidisse proibir a linguagem neutra em todo o país.
A maioria do STF é conivente com essa vontade de destruir as bases sobre as quais as pessoas raciocinam e substituí-las por ordens emanadas de autoridades não eleitas que podem mudar a todo instante. Não saber o que é homem ou mulher é parte disso. Ser obrigado a usar "elu" e coisas semelhantes é outra parte.
Poderíamos ter começado a melhorar a situação com quatro ministros de fora do esquema tucano-petista. Mas, com a inestimável colaboração da direita trans, vamos continuar com nove ministres amigues de bandides.
E "nove" acho que fica igual. "Oite", "quatre" e outros é que devem mudar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário