segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

Bateu, levou

O texto que a Foice de SP coloca abaixo da foto que gerou toda a polêmica é um primor de desonestidade e desinformação: Bolsonaristas fazem saudação semelhante a gesta nazista em ato golpista na SC-163, em São Miguel do Oeste, enquanto cantavam o hino nacional.

O "gesta" é literal, vai por conta da incompetência da garotada militante que tomou o jornal. Mas, além de "ato golpista" estar muito longe do que aconteceu, as centenas ou milhares de manifestantes que cantavam o hino nacional não estavam fazendo saudação alguma, mas um gesto parecido com a saudação nazista.

Eles trocam as posições de "gesto" e "saudação" de maneira consciente, pelos motivos que todos conhecemos. Basta alguém contrário ao socialismo que lhes incutiram desde a faculdade estender o braço para abençoar ou fazer um juramento para que os nossos jornalistes o acusem de nacional-socialista.

E a fake news contém uma sacanagem extra com os cerca de 40 mil moradores de São Miguel do Oeste, pois a cidade estaria tomada pelo movimento se existissem tantos nazistas entre seus adultos. Daria para imaginá-los cortando arbustos em forma de suástica, levando bolo com a figura do Tio Adolfo para festas infantis e coisas do tipo.

Obviamente, isso é bobagem. Se suas manifestações fossem liberadas, os nazistas de verdade talvez reunissem menos gente que o MBL. Mas não há dúvida de que o subtexto de que São Miguel do Oeste está dominada pelo nazismo acaba sendo incutido no imbecil que lê a Foice e a leva a sério.

E uma vereadora da cidade, a petista Maria Tereza Capra, embarcou nessa onda e decidiu denegrir a comunidade que deveria defender. Entre outras coisas, com errinho de português e tudo, ela escreveu numa rede social:

(...) Isso é repetir algum dos momentos mais dramáticos. Eu diria o pior drama que a população mundial viveu, que foi o nazismo (...) E Santa Catarina é o berço da célula neonazista desse país. São Miguel do Oeste acabou de ser identificada uma célula neonazista. E aquelas pessoas (...) ainda fazem uma saudação nazista.

A população se revoltou, solicitações de providências foram oficializadas e um processo foi aberto enquanto a lulopetista, fazendo o teatro de praxe, choramingava que estava sendo perseguida e arrumava reunião com o lacrador Sílvio Almeida, atual ministro de Direitos Humanos.

Por fim, a votação que entrou na madrugada de sexta para sábado último foi encerrada com dez dos treze vereadores de São Miguel do Oeste cassando o mandato da adoradora de presidiário. Motivo: quebra de decoro parlamentar causado pela propagação de notícias falsas sobre a cidade e seus habitantes.

Bem feito.


Dos três que não votaram pela cassação, um é o presidente da Câmara e só votaria em caso de empate. Outra é a própria petista, que votou a seu favor. E a terceira é uma tucana, que "votou lulo" e nem apareceu na sessão.

Na foto acima, vemos como Bolsonaro levou o nazismo para as torcidas de futebol.

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