domingo, 15 de janeiro de 2023

Tudo sob controle

Não satisfeita em dar a covid ao mundo, a China também lançou a moda de combatê-la com o fecha-tudo. A imprensa bombardeou o Ocidente com aquelas imagens de ruas vazias e logo depois, quando a doença se instalou por aqui, a OMS só teve o trabalho de mandar seguir o exemplo já existente.

Vários fatores contribuíram para a aceitação quase incondicional daquela imbecilidade. Não se conhecia a real gravidade do problema e ele foi vendido como uma nova Peste Negra, os europeus tinham condições econômicas de bancar as férias coletivas do povo, a imprensa tradicional gostou de recuperar a posição que detinha antes da internet etc.

Parecia um crime dizer que aquilo que acaba com qualquer doença desse tipo é a velha imunização de rebanho e as vacinas que poderiam auxiliá-la talvez demorassem a surgir ou nem pudessem ser criadas.

Para ficar ainda pior, enquanto não vinha a vacina parecia um crime tentar até mesmo auxiliar os infectados com alternativas como a ivermectina, utilizada em massa por nossos médicos em segredo.

A imprensa trava como louco quem lembrasse que pessoas mais pobres, sem uma boa reserva financeira, não poderiam ficar em casa sem fazer nada indefinidamente. Ou que muitas não aguentariam nem ficar todas juntas na mesma casa de pequenas dimensões por muito tempo.

Mesmo quando ficou evidente que a mortalidade da covid não era muito maior do que a causada por surtos de gripe recentes (como os de 58 e 68) e quase não afetava crianças e jovens, os fanáticos defensores do fecha-tudo insistiam em chamar quem contestasse suas imbecilidades de desumano para cima.

Enquanto isso, da China só vinham boas notícias. Tudo estava sob controle, a qualquer ameaça ele fechavam a cidade e resolviam o problema. O país havia criado várias vacinas e sua população seria imunizada em pouquíssimo tempo.

Pois o tempo passou e a verdade foi aparecendo. Como descobriu a Argentina, evitar que as pessoas se exponham ao problema só o adia e agrava. Como no país vizinho, eles acabaram tendo que liberar tudo de repente, mudando a política "incontestável" do dia para a noite.

Pior, suas vacinas eram de segunda linha, não protegiam adequadamente ninguém. (Aquelas mesmas vacinas que, por pressão da mídia canalha, nós aplicamos nos mais velhos e mais ameaçados pela doença.)

E o resultado está aí. As notícias aparecem lá embaixo e em geral apenas em mídias estrangeiras como a BBC original (a sucursal brasileira virou uma foice da vida): a China deixou de reportar o número de mortos, 64% da população do país pode estar com o vírus, as tradicionais viagens de Ano Novo em breve tornarão tudo muito pior...

Pois é, o modelo era fajuto.

Mas então, onde está "tudo sob controle", como diz o título?

Na África, onde quase ninguém se recolheu ou se vacinou e as mortes foram baixíssimas. Mas é evidente que a nossa imprensa não vai nem tocar nesse assunto. Ela agora está mais preocupada com o terrorismo das senhoras idosas que querem derrubar a democracia. É a sua nova covid.


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