domingo, 22 de janeiro de 2023

Os salvadores se reúnem

A segunda parte do artigo de ontem trata do Fórum Econômico Mundial, onde, por trás das discussões de negócios e das reuniões aparentemente democráticas entre representantes de várias nações, a elite da elite, que chegou de jatinho e se hospedou no luxuoso hotel da foto, tenta dizer ao mundo o quer fazer.

O Véu da Certeza Moral (II)

O Brasil mandou ao fórum globalista a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e Fernando Haddad, ministro da (err) Economia. Ah, é… É Fazenda agora, não é mesmo? O ministro da Fazenda do presidente do sítio! Perfeito. Ele pode dar um jeito nos puns das vacas! Como não pensamos nisso antes?! Mas já vamos avisando aos ungidos de Davos que só podemos emprestar o Haddad apenas depois de resolvermos nosso problema levantado pela ministra do Meio Ambiente para todo o mundo ver: os nossos 120 milhões de pessoas famintas no Brasil.

Não, não há "agência de checagem" em Davos. Totalmente desnecessário. Tudo o que eles dizem é verdade. Gastar tempo e dinheiro com "Fact checkers" enquanto vacas soltam pum e vamos morrer por isso. Só vocês mesmo querendo checagem de declaração, coisa de fascista. Eu, hein…

Os EUA mandaram John Kerry, enviado presidencial especial para o clima, que rasgou elogios aos participantes da reunião anual por tentarem salvar o planeta. Kerry caracterizou os esforços para combater as mudanças climáticas e salvar o planeta como "quase extraterrestres".

Ele também minimizou as críticas que foram feitas contra o ativismo climático, observando que "a maioria das pessoas" acredita que ele e os outros participantes do fórum mundial são apenas loucos abraçadores de árvores: "Quando você começa a pensar sobre isso, é bastante extraordinário que nós — grupo seleto de seres humanos, por causa de tudo o que nos tocou em algum momento de nossas vidas — somos capazes de nos sentar em uma sala e nos reunir e realmente conversar sobre salvar o planeta. Quero dizer, é quase extraterrestre pensar em salvar o planeta". Quase escorreu uma lágrima aqui. Kerry, que fez o discurso durante uma sessão do Fórum intitulada Filantropia: um catalisador para proteger nosso planeta, acrescentou que "seres humanos adultos supostamente sábios ainda querem ignorar a ciência, a matemática e a física das mudanças climáticas".

Ele também disse que metade das espécies na Terra já foi morta, uma aparente referência a um estudo de 2020 que previa que o aquecimento global eliminaria metade das espécies animais e vegetais do planeta até 2070.

Discurso parecido com o do Al Gore, lembram? O ex-vice-presidente de Bill Clinton e ativista ambiental (leia-se "ecoterrorista") dos EUA que fez um documentário (An Inconvenient Truth) e encheu a mídia mundial com a narrativa catastrófica de que as camadas de gelo no Ártico estariam praticamente derretidas em meados de 2013. Sim, ele também estava lá e, sim, ele também foi com o seu jatinho particular, afinal, alguém precisa emitir gases poluentes para salvar a humanidade dos gases das vacas. Não custa lembrar que foram os ungidos do chamado Fórum Econômico Mundial que disseram ao governo do Sri Lanka para desistir de fertilizantes modernos. O resultado? O país entrou em colapso, e as pessoas passaram fome. Não custa lembrar que foi o Fórum Econômico Mundial que promoveu o esquema de pirâmide de Sam Bankman-Fried, a maior fraude financeira da história. Aparentemente, os sábios do Fórum simplesmente não conseguiram dizer que o garoto inquieto, e que literalmente jogava videogame durante as entrevistas, era um golpista totalmente transparente. Eles não tinham ideia e pensaram que ele era um gênio, assim como eles. E, claro, foi o Fórum Econômico Mundial que previu que os lockdowns na pandemia de covid "melhorariam silenciosamente as cidades" e não as transformariam em um sinistro cenário infernal de desemprego, vício em drogas, crime e depressão e suicídio. Parecia um bom plano na época, não sejam tão rigorosos, amigos leitores! "Ei, tive uma ideia. Vamos impedir as pessoas de frequentarem escolas, igrejas, viajar e trabalhar. Isso vai deixá-las ricas na alma e vai melhorar a vida de todos. Eles vão reclamar, mas nós sabemos o que é melhor para o mundo!".

Esse é o Fórum Econômico Mundial para você — não para eles. O livro de Thomas Sowell trata muito bem dos ungidos que vivem de palavras, mas que deveriam viver também de argumentos. Como Sowell documenta ricamente, a elite progressista moderna não é tão boa em argumentar quanto em encontrar substitutos para o argumento. E a tática é tão clara como a luz do dia: primeiro somos apresentados a uma quantidade de "fatos" descontextualizados e estatísticas absurdas, todos indicando a existência de uma crise que somente o governo pode resolver.

Há sempre também a tentativa de simplesmente declarar vitória ao rotular as propostas políticas atuais como direitos inerentes: é anunciado, por exemplo, em termos vagos, mas dogmáticos, que todos têm direito a uma moradia decente e que, portanto, o governo é obrigado a fornecê-la. Se necessário, a fundamentação desse "novo direito" pode ser descoberta em uma Constituição que signifique o que quer que seja que a mais recente escola de juristas decida que signifique. E é assim para todos os outros assuntos que permeiam nossa vida. Se mesmo esses métodos não conseguirem conquistá-lo, a atenção será redirecionada da questão política para sua própria falta de moralidade. Será insinuado que pessoas como você e eu são simplistas ou perversamente opostas à mudança, carentes de compaixão e aliadas às "forças da ganância" e da "extrema direita". Como observa Sowell, são sempre os pagadores, e não os que gastam impostos, que estão com os pescoços na guilhotina sob a acusação de ganância. A visão dos ungidos exige que poderes amplamente ampliados sejam dados a governantes, formuladores de políticas econômicas, educadores morais e implementadores de mandatos constitucionais — mesmo que algumas ordens sejam absolutamente inconstitucionais. Esses poderes serão exercidos por pessoas que compartilham os pressupostos ideológicos e os modos de ação política dos ungidos.

Os reforços mútuos de ideologia, posição política e hábitos de trabalho comum são suficientes para constituir uma classe governante que envolve a elite da imprensa, dos bilionários e seus jatinhos e do Estado como um todo — até o Judiciário, para lhe arrancar tudo se você reclamar. E o Fórum Econômico Mundial, reunido numa luxuosa estação de esqui na Suíça, está lutando contra os teóricos da conspiração que dizem que ele e seu fundador, Klaus Schwab, estão buscando a dominação global por meio de uma grande reinicialização — The Great Reset — destinada a despojar as massas de sua propriedade privada, industrializando a economia e fazendo todo mundo comer insetos. "Não seja dono de nada e seja feliz." Já ouviu essa frase por aí? Ah… Não se preocupe, é apenas mais uma teoria conspiratória da internet ou daquele velho doido da Virgínia. O pessoal de Davos só quer nos proteger. Mesmo que para isso eles tenham de destruir nossas vidas.

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