quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Era uma vez no Brasil

Como não assisto mais essas porcarias, só agora fiquei sabendo que o canal Globoplay produziu um pequeno seriado-reportagem chamado Extremistas, em que estes são, obviamente, todos de direita e componentes de uma ínfima minoria que pretendia dar um "golpe" (o termo inventado na época do impeachment agora é quase oficial).

No melhor estilo "quero receber minha verba governamental", quase ninguém foi poupado pela Globo. Até o MBL, que atuou na prática como linha auxiliar do petismo, acabou colocado no mesmo nível do perigosíssimo exilado Alan dos Santos. Uma das poucas exceções teria sido o "arrependido" Luciano Ayan.

Continuar falando mal do governo anterior e de tudo que lhe pode ser aproximado parece ser a tendência dominante na ridícula imprensa chapa-branca que nos restou, está aí a tal crise dos índios subnutridos, que mesmo tendo vindo da ditadura venezuelana servem de exemplo para os milhões de famintos que eles nunca conseguiram encontrar.

Aparentemente, o pessoal insiste no estilo "use amarelo" da Foice, continua a se imaginar capaz de convencer a metade antipetista do país - justamente a mais escolarizada e capaz de pensar por si - de que estávamos a caminho de uma ditadura terrível da qual as urnas sem voto impresso e os votos dos criminosos e analfabetos conseguiram nos salvar.

Ou talvez não. Pode ser que tudo seja um modo de desviar a atenção do desastre que já se aproxima do primeiro mês com IR para os pobres, fim da água transposta no Nordeste, aumento de combustível, bilhões para os amigos da "cultura", promessas de muito mais para os caloteiros bolivarianos e por aí afora.

Sharon

Não assisto notícias, mas ainda ligo a TV. Um seriado policial aqui, um jogo de futebol ali, um filme de vez em quando. Esses dias, já tarde, zapeando sem rumo, dei de cara com o excelente Era uma vez em Hollywood e não resisti a revê-lo. Por trás disso, uma das minhas primeiras paixões cinematográficas.

Eu ainda era a criança a primeira vez que li a história numa revista, nem a havia visto na banheira da Dança dos Vampiros, mas sempre fiquei meio triste com o assassinato da Sharon Tate. Como é que o cara mata uma moça linda daquelas, ainda mais esperando um bebezinho?

E não só Tarantino e a atriz Margot Robbie fazem uma Sharon extremamente gracinha, um tanto deslumbrada, até inocente - como eu a imaginava, não sei se exatamente como ela era. O danado do diretor ainda inventa um final em que os hippies assassinos erram o endereço e nada acontece com a bela.

Se tivesse sido assim, ontem ela teria completado 80 anos e os jornais provavelmente mostrariam uma velha senhora feliz, satisfeita com a vida que levou e continuava a levar. Por um ou outro detalhe, tudo poderia ter sido diferente.

Mas não foi, isso ficou na ficção. Lá como cá, o psicopata se deu bem. A grande vantagem é que por lá ninguém pensou em anular sua pena e deixá-lo concorrer a um cargo público de relevância. Em certos países há histórias de horror que nem o Tarantino é capaz de imaginar.

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