segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Cromatismos

Posso ter perdido alguma coisa porque o único desfile que eu já assisti do sujeito foi aquele de camburão, da corridinha no sindicato até o avião que o levaria para a cadeia em Curitiba. Mas, pelo que vi, dois detalhes me deixaram satisfeitos dentro da insatisfação: o público e, principalmente, a sua cor.

A turminha de sempre, levada por sindicatos e congêneres. E todos com roupas e bandeiras vermelhas, cor que, na política, caracteriza o arbítrio, a mentira, a falta de liberdade e, em casos como o brasileiro, a incompetência e a corrupção institucionalizada.

Confesso que eu tinha um certo receio de que eles ainda tentassem retomar o verde e amarelo como ameaçaram fazer na campanha. Não tentaram, julgaram que não era mais necessário disfarçar e liberaram a militância cuja mente nós programamos para detestar as cores e símbolos nacionais.

Isso eles vão continuar engolindo. Podem enfiar detalhes em vermelho no logotipo, mas não podem acabar com as cores que odeiam e são obrigados, em eventos oficiais, a escutar o hino que associam ao inimigo e fingir respeito por sua bandeira. Mentalmente, são uma força de ocupação estrangeira.

É pouco, eu sei. Mas, como foi dito acima é a satisfação dentro da insatisfação. Deve haver uma palavra complicada em alemão para esse sentimento.

Brancos

Quem não apareceu na posse foram os de branco, os que ajudaram como puderam a esquerda e o lulopetismo dizendo-se seus inimigos para atrair um público que jamais votaria no ex-detento e convencer parte dele a também não votar no seu adversário.

Eles são poucos, basta ver suas cômicas manifestações de rua. Mas podem ter sido decisivos numa eleição que, com ou sem fraude, foi resolvida na casa do um por cento. Mereciam ser homenageados pelo que fizeram e, ao que tudo indica, continuarão a fazer.

É só ler o que eles continuam escrevendo por aí. Quase nada dizem contra o petismo, só criticam o outro lado, atribuindo-lhe a culpa por não agir como lhes parecia melhor em algum detalhe e, por isso, não merecer seu voto.

O discurso chega a ser infantil porque você nunca encontrará um político com quem concorde em tudo. A questão é achar quem mais se aproxime disso e seja eleitoralmente viável. No primeiro turno você tem várias opções. E no segundo, que existe exatamente para isso, você precisa escolher entre os dois que sobraram.

Foi no "um ou outro" do segundo turno que os falsos antipetistas perderam a máscara. Mas eles continuam falando como se estivéssemos no primeiro turno. Ou antes ainda, naquele mundo fantasioso em que existe o candidato perfeito cujo nome evitam sempre dizer porque sabem que levariam um safanão da realidade assim que o fizessem.

Agem assim para tentar se justificar pelo passado. E pelo futuro. Os manipulados por quem lança esses discursos não percebem, mas já estão sendo treinados para repeti-lo em breve, quando não aparecer o candidato ideal - e ele não aparecerá - e lhes mandarem repetir que são tão antipetistas que não votarão contra o partido-quadrilha.

O branco é a linha auxiliar do vermelho.


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