As pesquisas de boca de urna sempre foram as mais fáceis de acertar e a sua ausência em 2022 não foi uma coincidência acidental, mas algo planejado para não oferecer informações que contribuíssem para contestar o resultado oficial. Quanto menos a turma soubesse, menos poderia reclamar.
Já pensou se eles detectassem que x% dos eleitores de um determinado segmento votaram em Bolsonaro e um estudo realizado meses depois concluísse que o total desse público é maior do que se acreditava e, portanto, aquele x% deveria representar muito mais? Numa eleição decidida por diferença mínima, ficaria mais feio do que já ficou.
Penso aqui no público evangélico, que nos próximos anos deve continuar crescendo e participando ativamente da política nacional. É esse pessoal que pode derrotar o lulopetismo mais à frente, não só por seu número total, mas por sua capacidade de atingir o cidadão mais pobre e desinformado, junto ao qual o ex-detento ainda é forte.
Uma direita brasileira só chegará ao poder com o fortalecimento do mix já testado por Bolsonaro, no qual os "valores" (e os evangélicos) têm um enorme papel. Uma direita com gel no cabelo e planilha de cálculo na mão só é eleitoralmente viável nas fantasias de antagonistas e seguidores adolescentes do MBL.
Mas isso se eles não virarem o fio, pois há quem lembre que o mundo evangélico apoiou o petismo lá atrás e poderia voltar a fazê-lo à frente. Eu acho que o risco é mínimo, pois o rompimento ocorreu por motivos justificáveis enquanto o petismo ainda estava no poder. E de lá para cá as diferenças e as críticas só cresceram.
Agora conhecidas através da internet, as zombarias dos petistas contra os "evanjegues" só contribuem para isso. E o pastor não pode defender ardorosamente algo durante anos e depois mudar repentinamente sem motivo. Com raras exceções, os fiéis não são fanáticos idiotas que aceitam qualquer coisa que o líder disser.
Porém a possibilidade existe, ainda que seja parcial. Líderes como Malafaia não têm mais como mudar de lado, mas outros poderiam se reaproximar do lulopetismo aos poucos, inicialmente só maneirando nas críticas e coisas do tipo. E um desses outros poderia ser o Edir Macedo, meu suspeito preferido.
Com isso em mente, eu entro de vez em quando nos canais da Universal na internet. E, tal como vi esses dias no Fala que eu te escuto, não há sinal de mudança de posição. Agora mesmo, ao invés de apenas noticiar que o ex-detento assumiu a presidência, o R7 dedicou uma matéria às mentiras que ele contou na posse.
Tem mais coisa na mesma linha. Não muita, pois nem há motivo para isso. Mas são pequenos alentos.
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