A Associação dos Magistrados Brasileiros defendeu o arquivamento do processo. O Tribunal de Justiça e o Tribunal Regional El&itoral do Paraná arquivaram os procedimentos disciplinares estaduais. Mas, por unanimidade, o Conselho Nacional de Justiça atendeu ao PT e impôs a pena de censura à juíza Regiane Tonet dos Santos.
Seus pretensos crimes foram cometidos em publicações nas redes sociais. Numa delas, indignada como qualquer pessoa capaz de raciocinar por conta própria, ela escreveu: "Que suprema é a Corte que se rebaixa a uma decisão meramente política, desprovida de fundamentação e sem qualquer amparo legal ou constitucional".
Em outra postagem, após reiterar que "o STF se acovardou, a Justiça sucumbiu", a juíza disse que a ministra Cármen Lúcia "politizou a sua atuação e renunciou ao que se poderia considerar um nobre e legítimo Poder".
Numa terceira mensagem, publicada em 2018, ela chamou um meliante de "corrupto". Detalhe: na época o sujeito estava cumprindo a pena a que foi condenado, com abundância de provas e anuência unânime de nove magistrados nas três instâncias técnicas, por lavagem de dinheiro e - pasmem! - corrupção.
Em suma, a juíza disse que a grama é verde e o céu é azul. Mas o CNJ é vermelho, um dos "conselhos" criados pelos petistas para sufocar paulatinamente a sociedade, um dos que o governo Bolsonaro não conseguiu eliminar, um como aqueles que poderão ser criados ou recriados a partir de janeiro próximo.
Em geral essas coisas começam com a criação de um novo órgão fiscalizador "da sociedade", que é representada por ONGs, fundações ou coisa semelhante. De tempos em tempos, parte dessas entidades é substituída por outras, eleitas pelas que permanecerão. Mas no início, quando não há como aplicar essa regra, quem escolhe os participantes é o próprio governo que criou o conselho.
Com isso se garante a fantasia democrática que tanto sucesso faz nas eleições de regimes como o cubano ou o norte-coreano. A diferença é que lá a única chapa é comunista e nos conselhos os eleitores é que o são.
O cinismo é tanto que em certos casos o PT só mudou o nome do órgão. Foi assim que a jumenta transformou o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Humana em Conselho Nacional dos Direitos Humanos. E como este era novo, a governanta teve que povoá-lo com entidades ligadas à CUT, ao MST e correlatos.
Do ângulo petista a solução é maravilhosa, criando cargos públicos que serão ocupados por companheiros e formas de pressionar a sociedade sem necessidade de ganhar eleições abertas a todos. Só é preciso vencer uma eleição, mas isso se resolve com a fraude e o voto dos mais imbecis.
Se resolveu também com a abstenção daqueles de quem falamos ontem, que se diziam antipetistas, mas não votaram contra o partido-quadrilha porque parte dos apoiadores do outro candidato (só havia mais um no segundo turno) lhe parece muito escandalosa.
O que será que eles imaginam? Que a turma que lhes desagrada vai mudar repentinamente? Que primeiro é necessário alterar o comportamento de milhões de pessoas para só depois votar contra o pior? Que essa uniformidade pode ser alcançada?
Não pode, você só ganha uma eleição nacional se for apoiado por vários tipos de eleitores. Mas é difícil explicar isso para quem acha que político bom é o que tenta conquistar o público adolescente com comercial de desenho animado japonês.
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