Não são apenas os lulopetistas de que falamos ontem, há outros com a mesma mentalidade, que se dizem pelo menos adversários do adversário, mas nada fazem contra este, não se dão ao trabalho de disfarçar a alegria que sentem com sua vitória (mesmo em jogo roubado pelo juiz) e ainda criticam quem o combate.
O alvo atual desses caras é a turma que decidiu acampar na frente dos quartéis e protestar nas ruas, integrantes de uma espécie de torcida organizada que, como todas, é mais barulhenta, exagerada, um tanto histriônica.
Isso incomoda demais os falsos torcedores, para quem cada um deve permanecer sentado no lugar marcado e se limitar a aplaudir educadamente as boas jogadas de seu time, sem jamais se levantar da poltrona para não prejudicar a visão de quem está sentado atrás. No máximo, pode-se cantar uma musiquinha de incentivo sem palavrões.
E agora eles deram para criticar quem apoia a torcida organizada sem dela participar. "Olha aí, ele elogia os fanáticos, mas não entra no ônibus com eles para tomar pedrada no estádio do interior", dizem eles como se tivessem descoberto algum segredo constrangedor.
Não é, queridos, não é. É assim que as coisas são. Há quem adore viajar de madrugada, em meio à batucada, para encarar os torcedores adversários cem vezes mais numerosos. Há o dirigente que pode até bancar a viagem, mas não pode ir junto. Há quem só assista o jogo pela TV, quem só vá ao estádio se for para ficar no camarote, há de tudo.
O que vocês não entendem é que não dá para ter uma grande torcida sem reunir todos esses grupos. Se vocês só aceitarem quem se comporta do jeitinho que dizem preferir - alerta de autoilusão! - sempre serão pequenos. Se tentarem convencer a maioria dos torcedores a ser como vocês, só se frustrarão.
E se, frustrados, passarem a torcer para o adversário para "punir" quem lutou contra ele do seu jeito, aí sim é que vocês não chegarão a lugar nenhum.
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