Fazendo cara de simpática, ladeada pelo escritor Juremir Machado ("pelas deusas") e pelo então jornalista Moisés Mendes (nosso MM, hoje blogueiro), Manoela tentou apresentar o programa ao público no auditório da Assembleia Legislativa. Não conseguiu, era interrompida a todo instante, acabou desistindo.
O programa era o #HumanizaRedes, com o qual o petismo, após vencer por diferença mínima a eleição de 2014, pretendia pacificar o debate nas redes sociais.
O partido-quadrilha iniciara a guerra contratando os MAVs (Militantes de Ambiente Virtual) para dominar a internet com suas versões. As pessoas do outro lado reagiram e inverteram o jogo. E o petismo queria que isso agora fosse tratado como um fato da eleição passada que deveria ser esquecido.
Não foi, como sabemos. Muito pelo contrário, a luta, que se tornara renhida demais, saiu das redes para as ruas e só acabou um ano e meio depois, quando a debiloide foi afinal retirada do governo.
Agora, depois de uma eleição vencida por uma margem ainda menor, fraudada aberta ou veladamente em vários aspectos, começa a surgir um movimento similar. Mas ele não é idêntico ao anterior e seu autor não é o governo eleito pelo voto sem possibilidade de auditoria, é a grande imprensa.
A ordem parece ser, como vimos ontem através do exemplo do Ex-tadão, fazer de conta que nada de irregular aconteceu e passar a criticar o novo governo (mas sem deixar de receber seus bilhões) e até mesmo o partidarismo dos seus militantes instalados nos postos mais elevados do Judiciário.
A única coisa que deve ser igual é o resultado. Tratar o leitor como um idiota que esquecerá o que eles fizeram até ontem e apoiará os bravos jornalistas críticos dos excessos já não daria muito certo se a imprensa seguisse resolutamente esse caminho. Imagine então se tentarem pela metade.
Os artigos do Ex-tadão deixaram claro que esse súbito amor pela liberdade de expressão tem um limite chamado Jair Bolsonaro. Estará tudo bem se a "oposição" ao condenado por unanimidade em três instâncias for do estilo tucano, mas admitir a existência do monstro que cortou suas verbas está fora de cogitação.
E como Bolsonaro e os bolsonaristas continuarão por aí, tudo indica que a grande imprensa oscilará de um lado para outro, desmoralizando-se cada vez mais.
Outro fator a considerar, que praticamente não existia em 2014, é o supremo com minúscula. Eles se recolherão como pede (cinicamente) o articulista do Ex-tadão? Ou avançarão para tentar transformar, juntamente com o Executivo, as redes naquilo que pretendiam quando inventaram os MAVs?
Nada indica que teremos tempos pacíficos pela frente, além de todos os previsíveis problemas de um governo comandado pelo ex-presidiário, a fraude e a censura de 2022 deixarão marcas, terão consequências. À frente saberemos quais são.
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