terça-feira, 18 de outubro de 2022

Tiroteio fantasma

Polícia contra bandidos? Bandidos contra bandidos? Desconhecidos? Quem atirou em quem? Essa deveria ser uma informação básica em qualquer notícia sobre um tiroteio. Mas você ficará sem ela se quiser saber o que aconteceu em Paraisópolis através de um veículo do grupo Folha-UOL.

A preocupação dos foicistas é convencer o leitor de que não houve um atentado contra o candidato Tarcísio. E para vender o que dizem que não foi eles omitem o que foi. Suas matérias procuram deixar no ar a sugestão de que tudo não passou de uma coincidência, talvez uma disputa por pontos de droga, cada um imagina o que quiser.

Mas os atiradores não eram desconhecidos e não existe briga de quadrilhas numa região dominada por uma única facção. Foi mesmo polícia contra bandido. E a coisa girou em torno da visita do candidato em quem os bandidos não votam.

Os agentes que faziam sua segurança perceberam um crescente acúmulo de marginais na região do evento. Alguns os filmavam, outros se aproximavam com fuzis... Em algum momento o conflito explodiu e policiais à paisana acabaram por matar um dos eleitores do meliante irregularmente descondenado.

O objetivo dos bandidos era chegar até Tarcísio? Isso nós provavelmente nunca saberemos porque a polícia foi proativa e evitou que eles se aproximassem demais. Mas que ele foi a causa da movimentação é tão inegável quanto a íntima relação do partido-quadrilha com grupos criminosos nacionais e internacionais.

E o Moro?

Sem dizer uma palavra, com sua simples presença no último debate, o ex-juiz Sérgio Moro transmitiu a mensagem de que um dos candidatos não passa de um bandido e é necessário deixar desavenças menores de lado para evitar o desastre que seria o seu retorno ao poder.

Os manipuladores grosseiros do jornalismo porco do UOL tiveram que engolir o fato. Mas o petismo na imprensa também conta com pessoas mais inteligentes e uma delas tentou reverter a situação dizendo que Moro estava ali porque tem certeza de que Bolsonaro será derrotado e quer herdar seu eleitorado em 2026.

A hipótese levantada contém o mesmo erro da que dizia que Trump estaria acabado caso não se reelegesse. Hoje ele domina a oposição e é o candidato mais forte para a próxima eleição. Algo que também aconteceria com Bolsonaro (*).

Faz mais sentido que Moro aposte na vitória do velho-novo amigo para ser apontado como seu sucessor quando ele não puder se candidatar novamente após o término do segundo mandato. Ou, quem sabe, ele mudou de ideia e passou a ver com bons olhos aquela vaga que estava à sua espera no STF?

(*) Antes que digam, não creio que tentassem retirá-lo do jogo com algum truque, pois a resposta por aqui seria explosiva.


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