"A pior ditadura é a ditadura do Poder Judiciário. Contra ela, não há a quem recorrer." Dizem que a citação é de Rui Barbosa, mas a autoria pode ser fake e o que interessa é que o conteúdo não é. Poderíamos até dizer que ela é uma verdade incompleta, pois toda ditadura envolve o controle do Poder Judiciário.
Tiranos como Stalin, os Kim da Coreia e tantos outros fizeram e fazem o que bem entendem. Mas suas arbitrariedades não teriam valor algum se estivessem contra a lei do país e pudessem ser anuladas por juízes independentes.
O nacional-socialismo mostrou como é possível transformar uma democracia em ditadura sem revoluções violentas. Após assumirem o Poder Executivo, eles pressionaram o Legislativo a alterar as leis e ao Judiciário só restou acatá-las. Todas as barbaridades que aconteceram na época foram formalmente legais.
Outro socialismo (o "do século 21", ou bolivariano) refinou a fórmula dos primos alemães. Indo direto ao assunto, essa variação aproveita a passagem de seus membros pelo Executivo para lotar a cúpula do Judiciário de militantes fieis que, "interpretando" as leis como bem entendem, passam a dirigir na prática o país.
Alguns pensam que o sistema funcionou melhor na Venezuela, onde os bolivarianos nunca mais saíram do Executivo e o Legislativo foi pressionado dos dois lados. Mas o seu grande case de sucesso é o Brasil, onde o lulopetismo derrotado nas urnas continuou governando através do STF.
Nossos ditadores ainda precisam aparentar algum respeito à democracia porque não recuperaram o Executivo e não comandam a terceira parte do tripé bolivariano, que são as Forças Armadas. Mas estão avançando firmemente na segunda, que é o domínio da comunicação.
A imprensa que tantas vezes o lulopetismo tentou "controlar socialmente" já nem o preocupa mais, uma intrincada rede de favorecimentos e verbas multibilionárias garantem o apoio de jornais e jornalistas. Sua sanha totalitária se volta contra alguns poucos veículos de fora do esquema e contra quem usa a internet.
O que nós vimos ontem foi só mais um exemplo. O inimigo do regime agora pode ser alguém como a Bárbara do Te Atualizei, uma cidadã comum que estava lá feliz da vida, dando suas opiniões sem obrigar ninguém a nada e até ganhando um dinheirinho com isso. Alguém como a sua vizinha, como eu, como você.
Não há comparação entre o bom desempenho do atual governo numa situação internacional calamitosa e o desastre lulopetista num céu de brigadeiro. Mas poderia ser o contrário, a economia depende até de variáveis psicológicas e não há fórmula mágica que sempre funcione bem. Não é por aí que se pode projetar o futuro.
A grande diferença entre o PT e os outros (todos, não só Bolsonaro) está na herança genética socialista que sempre o obrigará a odiar e tentar sufocar a liberdade de opinião. E quem hoje se diverte vendo alguém sufocado deveria se lembrar daquela outra citação que começa com "primeiro levaram meu vizinho...".
A parte que nos cabe
Como sobreviventes de dois pogroms censórios, no 171 e no blog antigo, creio que todos nós já aprendemos a lição. Mas não custa ressaltar que é bom manter canais de comunicação alternativos. Eu mesmo não participo do grupo de zap, mas tenho o zap de alguns que estão lá. E nós temos o Face, onde ainda somos CoxinhasClub. E os emails: coxinhasclub@outlook.com (agora pouco usado) e emiliomil@hotmail.com.
Nenhum comentário:
Postar um comentário