sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Pinóquio vermelho

"O Brasil deve ser o único país democrático do mundo em que alguém pode dizer que verdade + verdade = mentira." Com textos bem pensados como esse, Mario Sabino critica, numa série de tuítes, a absurda decisão de censurar o Brasil Paralelo por reunir o que até os censores reconhecem ser verdades.

Muito bem, muito bacana. Mas, sabendo como todos nós que essas coisas sempre têm lado, cadê o mea culpa do Sabino por ter tratado os dois lados como iguais? Por ter feito campanha para tirar votos daquela que sempre foi a única opção adulta contra quem nunca escondeu a intenção de censurar?

O sujeito destruiu o próprio site para causar um prejuízo que é relativamente pequeno, mas importante numa disputa apertada. Agora faz de conta que não tem nada com isso. Em Veneza, o parça rasga por sua vez a fantasia, tuitando que não há nada pior que Bolsonaro. Se "nada" não mudou de sentido...

Outro flash recente nos informa que a soma de verdades da direita dá uma censura por mentira, mas a soma de mentiras da esquerda dá matéria no UOL. Não no setor da gordinha verificadora, mas no das notícias normais, onde alguém analisa a atuação do malandro do vibrador com leite condensado.

Na manchete já se esclarece que o cara foi contratado para mentir (mais do que o habitual, devemos acrescentar), mas isso é apenas uma "tática" para combater o "bolsonarismo" com suas próprias armas. Algo a ser observado, não tratado com um crime hediondo. O Pinóquio vermelho é só engraçadinho.

Um novo cenário, com uma foto que fala por si. Juntos, entre elementos da mesma estatura moral, o ex-presidiário que liderou o maior esquema de corrupção da história da política mundial e o "vagabundo" Renan Calheiros. Estarão apavorados, fugindo da polícia, ligando para os advogados ou coisa assim?

Que nada, estão ameaçando prender pessoas se voltarem a controlar o Executivo. Mas julgar e mandar prender não é função exclusiva do Judiciário? É, mas eles nunca deixaram de controlar a cúpula deste último, só se contiveram porque afrontar demais um Executivo hostil poderia causar problemas.

Animadíssimos com a perspectiva de voltar ao poder graças às urnas programadas por subordinados dos comparsas que não podem ser auditadas, eles já nem se preocupam em disfarçar e fazem listas de inimigos. O citado na matéria era o general Pazzuello, mas há outros, muitos mais.

Conforme o andar da carruagem, se eles tiverem sucesso até você pode acabar numa futura lista. Por que não? Não se subestime, não se julgue desimportante demais, sempre pode ser didático dar alguns exemplos para o cidadão comum que fica por aí falando o que bem entende.

Motivos? Isso se encontra. Afronta ao regimento interno, uso da internet... Pode ser inclusive, como vimos no início, dizer verdades demais.


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