Pelo que disseram ontem nos comentários e eu consegui verificar por aí, a história do "menino do MEP" pode estar voltando à pauta com força. Não vou repeti-la aqui porque o blog é de família e acho que todos a conhecem. Mas quero acrescentar alguns detalhes sobre o que aconteceu depois que ela foi revelada.
Quem a contou foi César Benjamin, que fazia parte da campanha lulopetista de 1994 e passou a ser tratado como traidor. Entre os que o atacaram estava o cineasta Sílvio Tendler, que também era membro daquela equipe e participou da reunião em que seu ídolo confessou sua depravação.
Os petistas inicialmente disseram que Cezinha estava inventando tudo. No linguajar de hoje, seu relato seria uma fake news.
César respondeu que tinha provas. Se não me falha a memória, teria gravado a conversa.
Sílvio então entrou na jogada para dizer que sim, o ladravaz havia dito aquilo, mas era tudo invencionice, uma história mal contada, uma espécie de piada com a qual seu divertido líder pretendia impressionar o americano.
César lembrou que, conforme fica claro em seu depoimento, recusou-se a traduzir o que estava sendo dito para o gringo. Como este poderia reagir a algo que não entendia?
Os lulopetistas passaram a evitar o assunto ou a insinuar, como fazem com o kit gay, que ele era apenas uma calúnia da oposição. Procurado pela imprensa anos depois, o "menino", que hoje deve ser um senhor passado dos 70, declarou que havia se tornado religioso e não comentaria o episódio.
Religioso? Evangélico?
Hummm.
Boca de urna
O que as lojinhas de percentual ficaram nos devendo foi a boca de urna do primeiro turno. A desculpa de que elas se tornaram desnecessárias porque o nosso maravilhoso sistema eleitoral calcula os votos com muita rapidez é outra história mal contada, pois essas pesquisas não se limitavam a tentar antecipar o vencedor.
Era através da boca de urna que nós tínhamos uma ideia mais precisa das tendências do eleitorado como um todo e ficávamos sabendo que, por exemplo, o candidato A havia colhido x% dos seus votos entre evangélicos e y% destes pretendiam votar no candidato B no segundo turno.
O instituto podia até errar o total de eleitores de A, mas se aproximava da verdade nesses percentuais. Depois era só aplicá-los aos votos efetivamente dados ao candidato para fazer projeções muito mais consistentes do que as obtidas pelas pesquisas comuns. Em 2018 foi possível prever o resultado final a partir daí. Este ano não será.
Quem mandou matar a boca de urna? E por quê?
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