É como dizem aqueles comparativos que se espalham país afora: você decide. Quando restam apenas duas opções, como acontece no segundo turno antecipado que estamos vivendo, você precisa procurar as diferenças entre elas e votar na que mais se aproxima do que lhe parece importante.
Se você for uma feminista radical e considerar o aborto livre como objetivo supremo, seu candidato não pode ser Bolsonaro. É verdade que o outro também não defende essa liberação oficialmente, mas todos nós sabemos que isso é só um truque para enganar os incautos e apaziguar a consciência dos hipócritas que, mesmo se dizendo religiosos e defensores da vida, apoiam o retorno da bandalheira.
Para mim, o item decisivo é o quinto: Liberdade x Censura. O blog antigo não usava o "nascido para a livre expressão" apenas porque foi criado depois de sermos censurados pelos petralhas, mas porque poucas coisas me incomodam tanto quanto a censura.
Já era isso que me levava a ter bronca do regime militar quando adolescente, não seria agora que eu aceitaria bovinamente que um imbecil qualquer passe a decidir o que é verdade ou mentira e o que os outros podem escrever ou não.
E aqui não resta dúvida alguma sobre a imensa diferença entre os dois candidatos. Enquanto o presidente continua a ser alvo das críticas mais desonestas sem nunca tentar calar quem as faz, o ex-presidiário tem um preocupante histórico em sentido contrário. E quem lembrou disso esses dias foi o anta Cláudio Dantas, que escreveu:
Já avisei aqui antes e repito. Quer entender como será um novo governo do PT? Basta olhar para o que está acontecendo nos vizinhos latino-americanos de esquerda. Quanto mais antigo o governo, mais dramática é a situação política, econômica e social. São todos regimes de força, travestidos de democracias. Para ficar no exemplo mais recente. Nicolás Maduro, sobre quem não pairam dúvidas, sugeriu ontem a Cristina Kirchner que adote na Argentina a "Lei contra o ódio", que prevê penas de até 20 anos de cadeia e que vem sendo aplicada sem dó na Venezuela contra opositores e veículos de comunicação críticos. Travestida de regulação da mídia — ideia que não sai da cabeça de Lula –, a lei também oficializa a censura, permitindo que o governo retire licenças de TVs e rádios, bloqueie sites e delete conteúdos (...) As vítimas de arbítrio somam mais de 60 pessoas, entre jornalistas, ativistas e cidadãos em geral. Pois é, até um dos antas reconheceu isso. Aí você recorda do quanto esses caras fizeram campanha pelo voto lulo e entende porque eles são chamados de traidores e seu site afundou. Mas como o Dantas também salientou os problemas econômicos e sociais causados pelos bolivarianos, cabe fazer uma última observação sobre eles.
Não tenho dúvidas de que, por sua incompetência e desonestidade, o meliante irregularmente descondenado representaria um retrocesso para o país. Mas uma economia como a nossa tanto anda sozinha até certo ponto como é afetada por questões internacionais que não estão sob nosso controle.
Assim, o sindicalista picareta não conseguiria nos transformar numa Venezuela em termos econômicos, ao menos não rapidamente. O risco verdadeiro é que ele siga o modelo chavista em termos políticos, algo que já consegue fazer embrionariamente hoje através do seu domínio do STF. E da censura que de lá já é exercida.
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