terça-feira, 20 de setembro de 2022

Quem verifica a verificadora?

Não dá para chamar o próximo parágrafo de histórico porque algo tão medíocre não merece esse adjetivo. Mas ele é sintomático, exemplar, revelando sem disfarces o nível a que desceu em nossa época a militância de redação. Leia-o:

O primeiro mês de campanha eleitoral chega ao fim deixando duas certezas. A primeira é a de que o bolsonarismo é mais forte do que o lulismo nos principais aplicativos de mensagem do país. A segunda é a de que os usuários de WhatsApp e Telegram deixaram de receber loucuras como "mamadeiras de piroca" e "kits gay" e passaram a ser alvos de dezenas de postagens sobre o trabalho da imprensa.

Quem escreveu isso foi Cristina Tardáguila, que não é apenas jornalista, mas diretora da Lupa, uma das famosas "agências verificadoras". E a malandrinha usou a palavra "loucura" para disfarçar um pouco, mas o que ela quis dar a entender é que a mamadeira e o kit gay são igualmente falsos, fake news.

Ora, fake é dizer isso em relação ao kit gay, que foi criado pelo PT para ser distribuído nas escolas. Quem quiser verificar só precisa pesquisar no Youtube para encontrar de tudo sobre ele, a começar por entrevistas do então ministro Haddad sobre o tema a jornalistas das principais TVs.

É esse tipo de gente, totalmente conectada com o mentiroso discurso lulopetista, que se propõe a determinar o que é ou não verdade. Se algum dos nossos guerreiros do Twitter tiver tempo, é só esfregar isso na cara dela.

A continuação é interessante

Voltando aos fatos, Cris conta que "conteúdos postados em mais de 14 mil grupos públicos que debatem política no WhatsApp, mostram que Lula termina mal o primeiro mês de campanha presidencial". Nesses grupos, o presidente disparou após o 7 de Setembro. Enquanto as menções negativas a ele oscilaram "entre 20 e 30%" (aposto mais no 20), as do ladravaz tiveram "picos de mais de 35%".

Quatro das dez imagens que mais circularam no zap desde 16 de agosto estamparam o rosto ou fizeram referências claras e positivas a Bolsonaro. O ex-presidiário aparece em duas delas, ambas com conotação negativa. No Telegram "foi ainda pior para o petista". Enquanto Bolsonaro sorri em três das suas dez imagens, o Molusco nem é citado.

Cris acaba concluindo que "o lulismo tem dificuldade para viralizar conteúdos em aplicativos de mensagem". E para reunir apoiadores sem pagar, para enfrentar a população normal etc. Ainda bem que quanto mais ele caía nas redes e no mundo real, mais subia nas pesquisas pagas pela Globo, né Cris? E as fake news? A lupista também se faz essa pergunta. E responde que não está conseguindo encontrá-las. Nem vai, esse negócio "das fake news" é como "os crimes de Bolsonaro" e coisas do tipo. Sempre foi, em 2018 também, quando você apertava sobrava só a pobre mamadeira. Até porque, como todos sabemos, para falar mal do lulopetismo basta se ater aos fatos.

Do que se fala agora?

Depende do aplicativo. No Telegram, amplamente dominado pelos bolsonaristas, a estratégia é convidar o eleitor a seguir Bolsonaro em entrevistas e sabatinas feitas "por Jovem Pan e/ou podcasts conservadores", espaços onde "a desinformação corre solta" (segundo Cris, que, como de hábito, fica na acusação genérica sem provas). No WhatsApp, mais aberto a todos, o bolsonarismo ataca a mídia tradicional. Uma de suas três imagens que mais viralizaram no mês propõe que o eleitor deixe de assistir à TV Globo para sempre. E os dois apresentadores do Jornal Nacional são frequentemente ridicularizados e associados a irregularidades da emissora.

E o lulopetismo, como reaje?

Cris esqueceu de contar, mas a gente conta por ela. Nas redes, segundo depreende-se do relato da própria lupista, os adeptos do larápio abortista não conseguem fazer nada digno de nota.

Eles atuam através de seus braços na imprensa tradicional, tentando censurar a Jovem Pan, inventando reportagens sobre o imóvel comprado pelo primo de Bolsonaro há 30 anos e, principalmente, pagando ou realizando as "pesquisas" que tentam transmitir a impressão de que aquilo que se vê nas ruas e nas redes é o inverso da realidade.


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