Não dura seis meses. Só quer que os filhos não sejam presos para renunciar. O povo o culpa pela pandemia e exigirá seu impeachment quando ela terminar. Será dominado pelos acordos políticos e cairá na corrupção. O "presidente em exercício" o destruiu ao vencer a guerra da vacina. Não chega ao segundo turno. Vai levar uns poucos fanáticos às ruas dia 7 e no dia 12 elas vão bombar.
Tudo isso (e muito mais) foi tomado como verdade absoluta por aqueles que vivem fechados numa redoma particular e acreditam que aquilo que a imprensa militante lhes conta realmente acontecerá no mundo real.
Tudo isso (e muito mais) não se cumpriu. Mas nada abalou a fé dos redomistas, que, como aqueles fanáticos de cultos estranhos, se agarravam à previsão do momento e se irritavam contra os que lhes explicavam que elas eram falsas e os lembravam de como haviam sido enganados por todas as anteriores.
Pois nós vamos recordar que existe outra previsão em que eles acreditaram piamente e cujo prazo se esgotou sem que nada tenha acontecido. É aquela de chupar a laranja e jogar o bagaço fora:
Os políticos do Centrão (e outros) continuarão fingindo apoiar o governo para usufruir dessa proximidade, mas o abandonarão para se jogar nos braços do corrupto abortista assim que a campanha começar.
Aconteceu? Nada. Com as exceções de sempre, todos continuam onde estavam. A verdade está mais próxima do inverso, pois os candidatos associados ao ladravaz em geral estão mal. Até o Nordeste ameaça abandoná-lo, dizia a Veja esses dias, salientando que o partido-quadrilha pode não fazer nenhum governador por lá.
Em termos de deputados, o sensível aumento de candidatos ligados ao agro, à segurança e aos evangélicos já oferece um indicativo de que a próxima Câmara deve ser ainda mais boi-bala-Bíblia que a atual. Um balde de água fria para quem sonha com uma pujante esquerda ou uma direita de terninho e cabelo penteado com gel.
Assim, resta ao redomista esperar pelo apocalipse da previsão final. Alguns acham curioso que ele diga não querer o retorno da Besta, mas se recuse a fazer o mínimo que está ao seu alcance para impedi-lo. Mas é que ele na verdade o quer. Tudo o que lhe interessa é, depois de tantas frustrações, poder enfim gritar: "Eu disse, eu previ!"
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Como não assisto mais aquilo, eu não sabia. Mas nos últimos comentários de ontem o Paulo Bourguignon postou um vídeo em que, a certa altura, alguém contou que o Jornal Nacional gastou nove minutos para tratar da suspeita de que Bolsonaro teria recebido o assassino de Marielle em seu condomínio. Ao final, como se uma coisa não anulasse a outra, Bonner disse, rapidamente, que a Globo havia constatado que o presidente passara o dia em Brasília. E encerrou o jornal.
O pessoal é desonesto demais.
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