terça-feira, 6 de setembro de 2022

O gado não veste a odiada

Em muitas simbologias antigas, os quadrúpedes simbolizam o mundo material e os mais mansos entre eles geralmente representam uma desejada submissão ao poder espiritual. Nesse sentido, como mostra a conhecida imagem da ovelha que se deixa conduzir docilmente pelo pastor, ser gado é algo recomendável.

Na atualidade política brasileira, contudo, o termo é utilizado como ofensa, para descrever quem segue bovinamente as ordens de seus manipuladores. É por considerá-los gado que os lulopetistas chamam os evangélicos de evanjegues fora da época eleitoral e dizem que seus demais adversários pensam que a terra é plana.

A realidade é outra, pois a crença de que a terra é plana é maior entre as pessoas de baixa escolaridade que formam a principal base eleitoral do ex-presidiário. E essa inversão também se verifica nos níveis mais altos.

O típico graduado petista é aquele cara que, sabendo não ter capacidade para encarar um vestibular mais disputado, fingiu uma vocação em ciências sociais para a família não incomodá-lo e, após alguns anos de repetição de slogans esquerdistas e muita fumaça, passou a se considerar parte de uma elite cultural.

É assim que surgem os "intelectuais" que escorregam na casca de banana da lógica básica, gente que trava quando questionada sobre sua defesa da democracia e da ditadura cubana ou que considera o questionamento sobre uma vacina experimental como prova de que alguém é fascista porque é contra as vacinas em geral e recusa a modernidade.

Fatos como esses sugerem que seria mais correto chamar os lulopetistas de gado. Mas é óbvio que também existem alguns inteligentes entre eles e alguns imbecis do outro lado, o que traz o risco de que estejamos nos baseando em casos isolados. Para assegurar que eles são o verdadeiro gado nós precisaríamos de uma prova inequívoca de manipulação mental que os afetasse como um todo.

E que prova seria melhor do que uma ordem emitida não por seus mestres, mas por seus adversários? Pois isso é o que acontece no que eles chamam de "sequestro" dos símbolos e cores nacionais, cujo efeito sobre o lulopetista é descrito por alguém como Fernando Horta, um de seus "intelectuais":

O 7 de setembro nunca foi nosso. Nunca foi do povo. Nunca foi dos excluídos. Agora, porém, também não é mais do "Brasil" ou mesmo do exército. Virou uma data de Bolsonaro. Do fascismo brasileiro e do golpe contra as instituições.

É evidente que não houve sequestro algum, mas apenas uma construção coletiva dos que, identificando-se com esses símbolos e cores ao lutar contra o lulopetismo, programaram a mente do gado para detestá-los. Outra "intelectual", Mariliz Pereira Jorge, chega a reconhecer o mecanismo de que não consegue escapar:

E funciona. Tomamos horror ao verde amarelo, hino nacional virou trilha sonora de passeata golpista, bandeira na janela sinaliza moradia de bolsominion. Alguém vai ao 7 de setembro? Só os golpistas.

Como se explica esse sucesso? Tudo indica que a chave está nas redes neurais primitivas que caracterizam o cérebro do típico lulopetista.

Em outras palavras, aqueles circuitos que seus mestres utilizam para convencer o lulopetista a se sentir virtuoso ao defender o que de pior já existiu em nossa política foi usado por seus adversários para levá-los a se afastar dos símbolos pátrios como o cachorro do Pavlov da campainha que tocavam ao lhe dar o choque.

Claro que essa é só uma hipótese, ainda não há um estudo científico mais aprofundado sobre esse fenômeno. Só o que se pode garantir por enquanto é uma coisa: odeia a bandeira e não consegue se vestir de verde e amarelo? É gado.

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