É fácil prever que o Jornal Nacional editará o debate de ontem para dar a impressão de que o sujeito que ainda deveria estar na cadeia foi o vencedor. Já o teriam favorecido em 1989 se Roberto Marinho não tivesse interferido para restabelecer a verdade. Imagine agora, quando dependem de seu retorno para sobreviver.
No entanto, a realidade é que o meliante perdeu como naquela ocasião. Nenhum dos adeptos por ele adquiridos em nosso jornalismo admitirá isso abertamente. Mas o reconhecimento está nas entrelinhas dos textos em que vários deles criticam o grande vencedor da noite, que foi, sem dúvida alguma, o Padre Kelmon.
Tia Reinalda já se entregou no título: No "Todos contra Lula", padre de mentirinha é escada de moralista de araque. E continuou se entregando até o final do artigo, onde, de tão nervosa, até esqueceu de colocar o chapeuzinho no primeiro "tem":
É evidente que é preciso pensar um modo de impedir que impostores tumultuem um encontro que poderia, efetivamente, ter debatido alguns temas importantes para o país. E é urgente e necessário fazê-lo, sob o risco de os debates se transformarem em arapucas em que embusteiros tem tudo a ganhar porque nada têm a perder, tampouco a reputação e a vergonha. Não sou político. Jamais serei. Se fosse, não sei se aceitaria participar de um encontro cada vez mais destinado à produção de memes e obscurantismos.
Uma pergunta: será que a maioria do eleitorado — não os fanáticos que dão plantão em redes sociais — gostam quando todos se juntam contra um? A ver. Nota: A imprensa se referir a Kelmon como "religioso" é uma ofensa ao jornalismo, à religião e aos fatos.
Gol do Brasil
Outro tema que a militância de redação teve que engolir a seco foi o apoio de Neymar à reeleição do presidente Bolsonaro. O antigo (segundo ele) cocainômano do UOL até esboçou uma reclamação capenga, mas logo a jogaram para segundo plano.
Ele, a tal de Milly e outros devem estar loucos para soltar cobras e lagartos. Porém, a opção dos que dirigem a imprensa saudosa dos bilhões foi fingir que nada aconteceu. Como chamar o maior craque brasileiro de fascista ou coisa do tipo? Não dá. Eles não têm como criticá-lo sem levar água para o moinho do adversário.
E o pior é que eles sabem que os demais selecionáveis pensam como o Ney e só não se manifestam porque não têm vaga garantida e o técnico é um lulopetista rancoroso. Dá para imaginá-los na Copa, tentando mostrar entusiasmo por aquele time de bolsonaristas com a detestada camiseta amarela.
Podem acabar torcendo para a Argentina.
Em tempo
Tia Reinalda já escreveu outro artigo para tirar o do padre da vitrine. Deve ter levado um puxão de orelhas. A ordem é não passar recibo.
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