quinta-feira, 21 de julho de 2022

Volksfraude

Quem diria que a simples exposição oficial da situação para uma reduzida plateia causaria tanto incômodo? Que os que tentam vendê-la como um fracasso passariam outro dia sem perceber que se desmentem automaticamente quando, ao invés de festejarem aliviados a mancada do inimigo, continuam a rosnar contra ela.

Bem, talvez eles percebam e não se importem, pois sabem que só quem compra o produto deteriorado que oferecem é o gado incapaz de ir além das palavras de ordem e juntar dois fatos contraditórios no mesmo raciocínio.

Os mais divertidos são os que querem punir o presidente por ressaltar a diferença entre nossos supremos e os outros. Como eles não podem defender os que aqui rasgam a lei sem cair no ridículo, o jeito é tentar criminalizar quem pergunta se no país dos embaixadores se aceita que um supremo atue como militante de oposição.

Dizem que até diplomatas militantes estariam empenhados em defender nosso sistema no exterior. Tanto esforço para combater um fracasso! E imagine o pessoal ouvindo isso na Europa, onde ninguém quer voto eletrônico porque já analisou seus riscos. Particularmente na Alemanha, onde ele foi declarado inconstitucional.

O teste supremo

Ontem eu acabei vendo o material criado pelo TSE para defender o atual sistema. Indo direto ao ponto, suas "provas" de que o software efetivamente instalado na urna é honesto incluem testes técnicos que sempre podem ser burlados, ainda mais quando quem fez o sistema e quem o testa é a mesma pessoa.

Mas a cereja do bolo é uma prova acessível aos comuns. Eles sorteiam algumas urnas e as levam para o TRE local, onde, no mesmo horário da votação, convidados votam na urna eletrônica e numa de papel. Ao final os resultados sempre coincidem e seria impossível a urna funcionar de um jeito no teste e de outro na seção real, certo?

Errado, basta que a dupla possibilidade faça parte da programação e esta detecte em qual situação a urna está, o que pode ser feito de várias maneiras.

Por hardware, um sinal externo ou a introdução de um dispositivo GPS poderia acionar uma interrupção no microprocessador. Por software, sinais como a ausência de certificação digital do eleitor ou o tempo decorrido entre os primeiros votos (maior nos casos em que há pouquíssimos "eleitores" e o ritual do voto físico mostrado a todos) poderiam ser a senha para seguir um caminho ou outro.

Impossível? Ninguém teria a audácia de tentar algo assim? Veja a parte final antes de responder.

Volksfraude

Em 2015, a agência do governo americano encarregada destes controles descobriu que um software instalado na central eletrônica dos carros da Volkswagen alterava as emissões de poluentes nesses veículos apenas quando submetidos a vistorias.

Rastreando indicadores como a posição do volante, a velocidade do veículo em relação ao tempo em que ele estava ligado e outros, o sistema baixava os poluentes emitidos quando reconhecia uma condição de teste. Em condições normais de rodagem, os controles do escape eram desligados e os carros poluíam mais do que o permitido.

Como algo assim aconteceu numa empresa de renome internacional? Como seus diretores foram levados a isso? Como eles convenceram engenheiros sérios a participar dessa malandragem? Como a mantiveram em segredo absoluto e enganaram o mundo por tantos anos?

Pois é, acontece, é humano, quando há algo a ganhar sempre aparece alguém para dar um jeito em tudo. E no caso dos carros dava para suspeitar, até comparando no olhômetro com a situação real. No caso da urna não há escapamento para soltar fumaça. A picaretagem pode ser total.


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