"Para cima, ressentem-se da elite cultural." Dita pelo "filósofo que explica o bolsonarismo" na Foice de hoje, a frase já permite antever que o seu discurso é o mesmo oferecido todo dia na esgotosfera petista, inclusive por gente importante (para eles) como Tiburi e Chauí. Mas por que esse pessoal fala tanto de ressentimento?
Para tentar apresentar o adversário como alguém com problemas psicológicos, é óbvio. É uma propaganda política voltada para dentro, para convencer o petista de que ele é superior. Mas, ao contrário de quando defendem a honestidade do ex-detento ou algo similar, eles parecem acreditar genuinamente no que dizem. Por quê?
Bem, você acorda de manhã e o dia está nublado, olha à tarde e ele continua assim, no outro dia piora e a neblina entra em casa... Acredite, você precisa trocar de óculos ou passar no oculista. Assim também, o ressentimento constante está em quem o vê. Resta saber o seu motivo, que está embutido na citação inicial.
Quem é a "elite cultural" que está "para cima"? O próprio autor da frase e gente como ele, que muitas vezes diz o mesmo de forma um pouco diferente, reclamando que seus adversários falam pela internet ao invés de defender suas teses na academia e são pessoas toscas que não respeitam a ciência.
Obviamente, ninguém contesta que dois mais dois é igual a quatro ou tenta desmentir o astrônomo que analisa a nova estrela. A "ciência" atacada não vai muito além das opiniões políticas de pessoas cujo discurso frequentemente mostra falhas lógicas que as fariam ser reprovadas num teste para estagiário de programação.
A politização rasteira das ciências humanas e a tibieza intelectual de grande parte dos que a elas se dedicam são incontestáveis entre nós. É claro que "na academia", por eles controlada, um pode convencer ao outro que todos fazem parte de uma elite cultural. Mas é só encarar a maldita internet para a fantasia logo se dissipar.
Nós cansamos de nos divertir com isso, basta lembrar do tal Lynch ou do sujeito que via as críticas a uma vacina feita às pressas como prova de recusa à modernidade. Imagine a raiva de um "intelectual" como o César Calejón ao não conseguir explicar como defende a democracia e a ditadura cubana ao mesmo tempo.
A raiva... e o ressentimento. O sujeito não consegue encarar isso de frente e cria uma fantasia em que se sê como equivalente ao físico nuclear atacado pelo vulgo que não compreende sua ciência. Com isso, projeta seus sentimentos no outro e encontra uma desculpa para evitar enfrentá-lo abertamente.
É um mecanismo de defesa psicológica. Funciona até certo ponto porque é coletivo e o pessoal pouco sai de seu grupo. Mas também é como uma droga que exige doses constantes e cada vez mais fortes, motivo pelo qual eles estão sempre voltando ao tema. É um vício como tantos outros.

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