Quem disse que a imprensa dominada pela militância de redação omitiu as preferências políticas do anestesista que abusava das grávidas sob seus cuidados? O Yahoo Notícias disse claramente em sua manchete: "Não há registro de que anestesista preso por estuprar gestante apoie Bolsonaro".
Está certo que, pelo título, você pode pensar que o camarada é um bolsonarista astuto o suficiente para não deixar rastros. Mas lendo a notícia inteira você descobre, lá no fim, que ele curte páginas de esquerda. "Curte". Talvez, quem sabe, até seja meio esquerdista.
Já o UOL, que faz escândalo por qualquer bobagem, trata esse caso verdadeiramente asqueroso com uma discrição fora do comum. A notícia já ficou pequenininha hoje e a musa Nina, que tratou do tema em sua coluna de ontem, já perdeu o destaque que normalmente lhe é dado por alguns dias.
Bem, quem sabe a gordinha especializada em fake news tenha resolvido dizer que os tuítes que associavam o tarado a Bolsonaro eram falsos, produzidos pelo gabinete do ódio petista?
Que nada, ela está reclamando que o filme que mostra Alckmin levando uma chuva de ovos é antigo. Os checadores" entraram em contato com um candidato que postou a gravação sem especificar esse detalhe e alertou-o que isso dá a impressão de que o caso é recente. E dá mesmo, mas o cara respondeu-lhes com uma solene banana e eles não podem fazer nada porque a omissão da data não é uma mentira.
Puxa vida, que coisa. Onde será que o candidato aprendeu a usar uma publicação dessa maneira malandra?
Bang bang
Passava pouco das sete quando ouvimos os quatro inconfundíveis estampidos na direção da avenida que fica a uns 70 metros. Seguiram-se o som de um carro subindo minha rua a toda velocidade e os gritos de desespero de uma mulher.
Apesar de muito larga (pois o projeto original a ligaria à rodovia) a avenida serve apenas ao bolsão formado pelos loteamentos mais antigos e os condomínios de casas criados após a alteração do plano inicial. Ficou um lugar bonito, arborizado, em que muita gente caminha ou corre de manhã.
A região é segura o quanto possível hoje, mas eu imaginei uma tentativa de assalto que acabou em tragédia. Não era. Era uma briga de vizinhos, o antigo e o novo síndico de um condomínio. O novo criticava acerbamente o antecessor. Este teve seus cinco minutos, emparelhou seu carro com o do outro, que estava com a esposa, e atirou.
Estou dizendo isso porque foi do que me lembrei quando li que o "bolsonarista" era o antigo diretor da associação depois dirigida por um grupo do qual fazia parte o "petista" que ali fazia sua festa. Como os vizinhos daqui, o primeiro viu o lugar que controlava se transformar num domínio do inimigo e perdeu a cabeça.
Não estou justificando nada, é óbvio. Mas acho que isso está por trás do "aqui é Bolsonaro" (que o sujeito teria gritado antes de atirar) e da bronca como um todo. Freud também não justifica, mas explica.
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