sábado, 30 de julho de 2022

Quando mente o jornal

A principal manchete do portal berra, em tom escandaloso, que a PGR já arquivou 104 pedidos de investigação contra Bolsonaro vindos do STF. Mas o verdadeiro escândalo não está nos arquivamentos, está no excesso de pedidos. Para não contar a história pela metade é preciso dizer que o STF se tornou um instrumento político de oposição.

No melhor estilo bolivariano, é do STF dominado pelo lulopetismo que partem os golpes, é lá que a lei tem sido rasgada, que os abusos com toques de deboche - pense no regimento interno e na internet - têm sido cometidos. E é através da imprensa que finge não ver a agressão inicial que a legítima reação é tratada como escandalosa.

Poderíamos até ressaltar que, nessas condições, seria um suicídio político escolher um PGR que, para se mostrar isentão e ser elogiado por esse tipo de imprensa, sucumbisse à pressão e desse andamento a um absurdo em cada dez ou vinte.

Mas não vamos fazer isso porque a turma das "boas propostas", que tanto queria alguém com esse perfil, já tem o apoio do partido ao ex-detento e a assinatura da esposa no abaixo-assinado para se preocupar. Se nem com isso aprenderam, não aprendem mais.

Melhor falar do atual estágio do golpe maior. Em dois deles a imprensa só pode apoiar os iluministros. No primeiro, que é a descondenação irregular do líder para ter um candidato que possa ser vendido como vitorioso. E no último, que consiste na alteração do programa das urnas para lhe dar a vitória.

Entre um e outro os iluministros se recolhem e cabe à imprensa a tarefa de propagar a ideia de que o seu candidato é imbatível. E isso pode exigir que ela NUNCA mencione o fato de que o sujeito foge de qualquer contato real com o povo, mas encontra sua melhor expressão nas pesquisas que diz realizar.

Com tudo que já se sabe sobre como são feitas e com todos os absurdos erros que já cometeram, essas pesquisas são tratadas como se fossem uma realidade indiscutível. Mas isso sempre foi mais ou menos assim, a novidade é que agora elas dominam o noticiário como nunca se viu no passado.

São perguntas em cima de perguntas que geram manchetes e opiniões que dominam a imprensa de que falamos durante dias. Além da "mensagem" maior, as pesquisas eleitorais deste ano contêm várias outras que procuram reforçá-la.

São tantas que às vezes o pessoal até se confunde e apresenta alguma contradição. Mas o público a que isso se destina é aquele que não costuma perceber essas coisas, que lê o que publicam e o trata como verdade absoluta porque "saiu no jornal".

O problema é quando o jornal passa a mentir abertamente, quando proíbe assuntos como a estranha fuga do candidato popular, quando omite até mesmo a existência de pesquisas que dão resultados diferentes... E quando não vê escândalo algum num STF que solicita mais de uma centena de investigações imotivadas.

Voltamos ao início. É um loop completo, essa parcela da imprensa não sai disso. É a sua missão no golpe atualmente em curso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário