Você pode matar alguém e sair da história sem problemas com a justiça, desde que o faça em legítima defesa. Mas você também pode ser punido por se defender legitimamente, basta que desconsiderem o início do filme e só mostrem a parte em que você respondeu na mesma moeda ao agressor.
Você pode até ser punido sem fazer nada, apenas por reclamar dos ataques ou ameaçar reagir, basta cair nas garras de um juiz parcial. E foi impossível não lembrar disso ontem, quando pipocaram por aí as requentadas "notícias" de que Bolsonaro só pensava em arrumar um jeito de escapar da prisão após a inevitável derrota eleitoral.
O acordo está fechado, dizia a jornalista com o script dado à colega Maria Cristina Fernandes no início de 2019. Não pode escapar, tem que ser preso, berrava um iracundo Diogo Mainardi. E assim eles iam, discordando nos detalhes sem tocar no ponto central.
Que crime Bolsonaro cometeu? Normalmente, os defensores da sua prisão deveriam estar defendendo seus motivos, mas eles nem pensam nisso. E com essa omissão revelam onde está o verdadeiro problema do país.
Não há mais lei no topo do sistema, há militantes políticos. Assim como libertaram um criminoso eles podem condenar um inocente. O motivo se inventa, pode ser alguém ter dito que o inimigo pensou em quebrar janelas. Dá até para alterar o regimento interno e dizer que ele o violou ao usar a internet. Não é piada, isso já aconteceu.
Como as formalidades são cumpridas, tem gente tratando essa linha de atuação como normal. Não é, é um golpe, uma afronta ao essencial. Um contragolpe seria a legítima defesa. É só rodar o filme desde o início para conferir.
Colecionador, Atirador e Caçador
Temerosos de um contragolpe violento, muitos defensores do golpe em curso se assustaram com o número de CACs que o Ex-tadão encontrou em recente levantamento. Já são 647 mil civis com posse ou porte de arma, quase a soma de membros ativos das Forças Armadas (360 mil) e das PMs (406 mil).
Bobagem, meia dúzia de profissionais treinados e organizados vale mais que várias dezenas de civis voluntariosos. Mas só se eles estiverem em lados opostos, é evidente. Caso se unam, a conta se torna 647+360+406. Quase um milhão e meio, 1.413 mil. Termina com o 13, haverá aqui um significado oculto?
"Que as ruas falem em 11 de agosto" De 14 e 13 para 11 e 10. A convocação de Tia Reinalda é dirigida aos amigos do MST e à população em geral. Titia acredita que as multidões tomarão as ruas em apoio aos golpistas (que em seu mundo trans se tornam legalistas) e sua urna sem voto auditável. E a turminha promete sair de novo em 10 de setembro.
Que saiam, vamos ver quantos são e que bandeiras levam. Depois é só comparar com o 7 de Setembro. "Que as ruas falem", planilhas de pesquisas e programas de computador podem mentir à vontade, elas não.
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