quinta-feira, 23 de junho de 2022

O bom, o mau e o feio

Nós perguntávamos quais seriam os tais "atos antidemocráticos" de Bolsonaro e nunca nos respondiam. Um dia, porém, o Boca, aquele que ganhou a vaga após defender o colega italiano dos bandidos locais, os listou. E então descobrimos que um deles era alguém ter dito que ele pensou em mandar aviões voarem baixo para quebrar janelas.

Existiam mais cinco "atos", quem tiver memória fraca pode procurar o artigo do blog que trata especificamente disso. Quem for curioso pode se perguntar como um juiz pode acusar alguém num tuíte e não tomar providências para punir seus "atos" criminosos. Quem tiver um mínimo de inteligência entenderá toda a situação.

Com a "corrupção" do atual governo foi parecido, falavam dos vários casos, sempre naquele plural indefinido em que não dava para saber quem era o sujeito ou o objeto direto. Um dia, porém, o jornal O Globo os listou. Eram cinco e também ganharam o seu post próprio por aqui, quem quiser pode procurar.

Entre os gravíssimos casos havia a suspeita de que um ministro sabia de um carregamento irregular de dois caminhões de madeira da Amazônia. E os pastores que teriam solicitado benefícios para liberar verbas para prefeitos (haja plural), coisa que talvez tivesse acontecido lá na ponta, denunciada à PGR pelo próprio ministro.

Pois bem, ontem o agora ex-ministro foi preso por um desses juízes ao estilo Favreto. E, não, isso não tem nada a ver com petistas reclamando do Moro. O notório criminoso por este julgado não foi em cana por ser suspeito, mas apenas depois de condenado por unanimidade em todas as três instâncias técnicas, por nove magistrados.

Mas voltemos ao cerne do assunto, que, ao que parece, envolve um depósito de 50 mil reais. É dinheiro da venda de um carro, como diz o ex-ministro? Suponhamos que não seja e ele tenha recebido isso como comissão da malandragem dos pastores que acusou. Isso tornaria o governo Bolsonaro tão corrupto quanto outros?

E aí que nós chegamos ao título, pois na questão do governante frente ao desvio de verbas (numa lojinha, numa multinacional ou num governo) também há o bom, o mau e o feio.

Não existe o perfeito, sempre é possível que alguém decida meter a mão na grana. O bom governante é o que cria mecanismos para dificultar isso ao máximo antes e ainda pega quem sair da linha depois. Nesse sentido, é preciso ser muito canalha para negar que o governo Bolsonaro é o melhor que vimos em nossas vidas. Ainda mais quando se considera o poderio de seus inimigos em setores como a imprensa.

O mau seria o que tenta fazer isso, mas não consegue. Esse seria provavelmente o governo atual se Bolsonaro não tivesse chutado os falsos aliados que se agarraram às suas bolas para se eleger e desse cargos às Joyces e aos Frotas da vida.

E o feio é quem usa seu cargo para liderar o roubo. Maluf é o exemplo primário, o ex-detento que institucionalizou a corrupção é a pós-graduação. De tudo que o governo pagava, 3% era da quadrilha, do partido. E cada um podia botar mais algum no bolso, foi assim que um mero gerente devolveu 100 milhões, um diretor mais de 900!

Se você ainda tiver dúvidas, lembre que se um ou outro nazista matasse um prisioneiro não se saberia se Hitler era mau ou feio, mas quando se vê a escala e a organização industrial da matança fica evidente que ele a comandou. Só um completo pilantra pode negar que o criminoso irregularmente descondenado é o Hitler da corrupção.

São esses antípodas que, ao que tudo até agora indica, se enfrentarão na próxima eleição.

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