Primeiro você acaba com o nazismo, depois briga com os russos. Primeiro você expulsa os persas, depois guerreia com os espartanos. Primeiro assegura o trono para a família, depois se desentende com os irmãos. A História ensina, quem quer brigar com todo mundo ao mesmo tempo dificilmente se dá bem.
Derrotado em 2018, o lulopetismo continuou fortíssimo graças aos bilhões que roubou, aos estados que manteve e a seus militantes na imprensa e nos tribunais. Ninguém enfrentou uma oposição tão violenta quanto Bolsonaro, que só resistiu porque na hora do povo na rua mostrou ter o que ninguém mais tem.
A disputa de 2022 sempre foi óbvia. De um lado teríamos novamente o petismo, do outro o presidente concorrendo à reeleição como os anteriores. A lógica de quem queria seu cargo e não era petista seria apoiá-lo para continuar a enfraquecer o PT agora e tentar sucedê-lo em 2026, quando ele já não poderia concorrer.
(Por outro lado, se Bolsonaro for derrotado em 2022 é provável que a disputa de 2026 fique entre o petismo que tentará a reeleição e o próprio Bolsonaro, único político brasileiro hoje capaz de arrastar multidões. Reeditaria-se aqui o que vemos nos EUA, onde a força de Trump só aumenta conforme o povo verifica a besteira que fez.)
Dois caras estariam especialmente bem posicionados para exercer o papel de herdeiros da dinastia antipetista. Moro, que poderia ajudar o país no ministério ou no STF. E Doria, que como Bolsodoria se reelegeria facilmente em São Paulo.
Mas ambos queimaram a largada e se queimaram com um eleitorado que nunca foi deles, mas sim contrário ao PT. Com o eleitorado, é bom repetir. Não houve nenhuma trama presidencial contra eles, que fizeram o que bem entenderam e se perderam sozinhos, sem empolgar quase ninguém.
🙈🙉🙊
Acho que todos sabem racionalmente disso. Sabem também que não houve governo mais corrupto que o petista ou menos que o bolsonarista, que um defende a censura enquanto outro luta pela liberdade de expressão. Sabem tudo, inclusive que, quando se considera a situação que cada um recebeu, não há quase nada em que o governo Bolsonaro não seja superior ao lulopetista.
O problema é que a reação dos órfãos de Moros e Dorias nada tem de racional. Claro que eles não passam esse recibo e, fingindo não saber que o presidente não pode tudo ou que nunca haverá alguém ideal e passamos por uma pandemia que paralisou o planeta, dizem ter mudado porque Bolsonaro não quis atender suas expectativas.
É só disfarce, só uma roupagem bonita para esconder os sentimentos que os movem. Irritados com o naufrágio de sua fantasia, eles buscam se vingar com a derrota do campo que diziam ser seu e passam a contribuir como podem para ela, apoiando o lulopetismo criminoso por ação ou omissão.
É interessante. Relembrando agora de coisas como FHC querendo emplacar Luciano Huck e de toda a novela da tal terceira via dá para perceber como esse desfecho foi sendo armado. Dá até para imaginar que tudo fez parte de uma obra de engenharia social cujo objetivo era exatamente anular parte do eleitorado oposto. Se foi isso, foi bem feito, eles souberam apertar os botões certos.
De nossa parte não há o que fazer, outra coisa que a História ensina é que sempre surgem traidores. Só não venham estes com a conversa fiada da adúltera que culpa o marido. Vocês sempre tiveram escolha. Se escolheram não esperar pelo divórcio amigável previsto para 2026 e trair em 2022, tenham ao menos a hombridade de assumir.
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