O "assunto proibido" que ontem ocupava este espaço continuou intocado. Nem os mais ferrenhos defensores da honestidade e competência dos institutos tentaram oferecer uma explicação para o estranho fenômeno do sujeito popular que vive quase em prisão domiciliar, sem coragem de encontrar o povo que majoritariamente o idolatra.
A defesa dos institutos se concentrou em repetir que três ou quatro deles não poderiam estar errados em conjunto, esquecendo-se que foi isso o que aconteceu na eleição presidencial passada e tem se repetido em várias outras, sempre favorecendo a esquerda (Juju senadora, Suplicy senador, Manu prefeita etc.).
Talvez exista outro motivo para esse desvio, mas vamos aqui tratar de um muito comum, dando uma volta para contar uma pequena história.
Anos atrás, um jornalista escreveu alguns artigos sobre um colega que era tão antipetista como ele, mas de repente mudou e transformou o site que criara num bastião do partido-quadrilha. Seu nome era Leonardo Attuch. E o colega que insinuava quais seriam os motivos da súbita alteração era Reinaldo Azevedo, que acabou por seguir o mesmo caminho e transformou-se na transpolítica Tia Reinalda.
Canalhas? Traidores? Sim. Mas também pessoas normais, desejosas da relativa segurança que uma melhor situação financeira pode proporcionar. Para si ou para os seus, quando o famoso juiz Lalau adoeceu suas filhas entraram em desespero para cuidar do pai que tanto se sacrificara pela família.
Não deve ser agradável ser apontado na rua como um pilantra vendido. Mas se logo ninguém se lembrará de como era antes e no outro prato da balança está o futuro de filhos e netos, quem pode assegurar que não aceitaria uma boa oferta?
Imagine então se não houver nem o desgaste de comprovarem a malandragem. Se tudo que lhe pedirem é para inventar alguns números e você puder depois disser que aquela era a "fotografia do momento", mas na última hora o pessoal mudou de opinião.
Resta saber quem poderia fazer essas ofertas tentadoras, quem tem tanto dinheiro para usar nas eleições. Bem, pergunte ao gerente Barusco que devolveu 200 milhões ou ao diretor Duque que devolveu 975. A turma assaltou organizadamente o país para, antes de tudo, se eternizar no poder. Comprar algumas tias sempre esteve nos planos.
Como nuvem
E existe um segundo aspecto. O Celso Russomano não tinha dinheiro para comprar pesquisas, no caso dele elas deviam estar certas (ou erradas por outros motivos) quando o davam como eleito meses antes. No entanto, ele acabou quebrando a cara.
É assim mesmo, as campanhas políticas existem justamente para tentar alterar a percepção do eleitor. A sentença permanece verdadeira: Política é como nuvem, você olha está de um jeito, olha de novo e está de outro.
Mais absurdo do que negar a possibilidade das atuais pesquisas estarem tão deturpadas como as da eleição passada é tratá-las como uma realidade imutável à qual seria necessário se submeter. Se alguma delas está certa, resta trabalhar pelo que se quer. Dizer o contrário é só uma desculpa para fugir da luta, coisa que tem outro nome.
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