segunda-feira, 11 de abril de 2022

Pobres franceses

A imagem prova. Gente atrasada essa da França, se recusa a usar urnas eletrônicas porque teme que elas possam ser fraudulentamente programadas. E no resto da Europa é a mesma coisa. Na Alemanha, chegaram a declarar a inconstitucionalidade do voto eletrônico. Depois se surpreendem que surja um Hitler por lá.

Isso é o que dá você não ter instituições sólidas. Esses absurdos seriam evitados se eles contassem com um STF como o nosso, formado por sábios que, fieis apenas a quem lhes deu o cargo, não aceitam críticas e criam leis próprias para, sempre que necessário, substituir as aprovadas pelos representantes eleitos pelo populacho.

Outro problema é que a maioria da nossa população respeita um ministro que diz - e repete mil vezes - que a urna eletrônica é segura porque ninguém provou que ela alterou algum voto. Por lá as pessoas responderiam que ele está ofendendo sua inteligência, pois não há como provar o que está escondido e não se pode auditar.

Alguns chegariam a afirmar que é o órgão responsável pelas eleições que deve comprovar que elas não são fraudadas como o banco que guarda seu dinheiro deve lhe oferecer meios para verificar que não o roubaram. Imagine, diria o europeu, se o banco só desse extratos a quem provasse, sabe-se lá como, que seu dinheiro sumiu.

É questão de educação. Ao frequentar uma escola que lhe explica o que são argumentos falaciosos, o europeu se revolta se tentarem enrolá-lo com um deles. Por aqui não corremos esse risco, o ministro chama o sujeito de idiota e este, sem perceber que foi manipulado, ainda se presta a defendê-lo porque ele é uma autoridade.

Não que eu seja contra a criança brasileira estudar mais, devo esclarecer para não ser mal compreendido. Mas o foco do ensino precisa ser a cidadania, não essas coisas de lógica, que só prejudicam a formação do cidadão. E o método tem que ser o Paulo Freire. Com ele - e as urnas eletrônicas sem voto auditável - nós vamos longe.

Boca que não é de urna

Falando em Boston, numa tal Brazil Conference, o famoso ministro-lacrador que tem ojeriza ao voto auditável declarou que a democracia tem sofrido ataques em nosso país e, como de hábito, invertendo totalmente os fatos, se colocou como vítima e não um dos principais protagonistas destes.

Eu imagino um estrangeiro que escuta isso meio por alto e depois, do mesmo modo ligeiro, fica sabendo que temos hoje deputados presos por delito de opinião, censura a veículos de uma linha política e até jornalistas exilados. "Esse Bolsonaro é um ditador terrível", o sujeito deve pensar.

E é uma pena que ninguém tenha pedido para ele listar todos os atos antidemocráticos do presidente como fez um dia entre dicas de livros e músicas. Imagine ele ter que explicar o crime de alguém ter dito que o presidente pensou em mandar aviões voarem baixo para quebrar janelas.

Claro que o malandro defensor de terrorista que mata criança em incêndio criminosos jamais faria algo assim porque sabe que se tornaria uma piada. Faz aqui, onde o que não falta é idiota para aplaudi-lo.

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