O carnaval pode ter sido bem diferente, mas a voz da Folha/UOL continua a mesma. Dias atrás, o grupo "noticiou" que a Gaviões da Fiel levaria para a avenida um Bolsonaro Gay. A história se espalhou por outros veículos e pelas redes, colunistas do próprio grupo se colocaram contra ou a favor da caracterização e tudo o mais.
Pois ontem a escola desfilou, fazendo, segundo podemos ler no UOL, uma crítica política que incluía menções ao fascismo, aos políticos extremistas e à maldade em geral. E o Bolsonaro Gay? Não apareceu. Eles escrevem isso no começo, bem rapidinho, e depois fazem de conta que nunca falaram no assunto.
O ator que o encarnaria teria adoecido? A escola teria sido pressionada por políticos como os que criticou e voltado atrás? Um jornalismo sério e investigativo, como se pretende o foicista, deveria ter ido atrás da verdade. Mas não foi. E se o ombudsman vier a falar do tema deve ser para criticar o presidente, jamais o jornal.
Imagine a gritaria se um apoiador do presidente escrevesse nas redes que a escola x levaria para a avenida um Molusco Ladrão e isso fosse mentira. Como foi a Foice, a fake news saiu de graça.
Não vai ter golpe
Em outra jogada do tipo, durante a semana o UOL entrevistou o famigerado Gilmar Mendes e, lá pelas tantas, questionou-o sobre a possibilidade de um golpe de estado por parte de Bolsonaro. Fazendo sua parte no teatrinho, o famoso ministro aproveitou a bola levantada e saiu cortando:
"Não, não vai. Eu aposto na resistência das instituições. Acho que é um processo. Nesse momento, o Bolsonaro está muito debilitado, o viés ficou muito debilitado (...) Bolsonaro chegou com o apoio das bancadas temáticas e, com risco de impeachment, fez a viagem rumo ao Centrão. Esse pessoal não embarca em aventuras."
E por isso fica. É como o entrevistador perguntar se o sujeito vai namorar a Paolla Oliveira e ele responder que não, mas sem esclarecer que ela nunca pensou na possibilidade. Mas isso não é fake news, é jornalismo segundo o padrão atual.
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