A última tentativa dos grupos subordinados à ditadura cubana seguirem o modelo da matriz foi a narcoguerrilha das FARC. Mas, enquanto a força bruta fracassava, na vizinha Venezuela a ditadura socialista se instalava através do novo modelo bolivariano, em cujo gradualismo os cínicos fingiam ver "democracia até demais".
Uma das bases desse sistema é o controle da informação. Não por acaso, seu representante brasileiro promete censurar as redes sociais como tentou fazer com a imprensa quando governava. Na época não conseguiu colocar a censura em lei, mas teve sucesso ao comprar boa parte do jornalismo local, da mocinha cujo papai recebe milhões do partido às tias que se venderam mais recentemente.
A segunda base do tripé é a instalação de subordinados ao partido nas altas esferas do poder judiciário. A oposição venezuelana ganhou eleições durante a era bolivariana, mas isso de quase nada adiantou porque tudo o que ela decidia acabava por ser derrubado nos tribunais.
No Brasil eles nunca conseguiram chegar tão longe, mas o viés oposicionista do STF salta aos olhos desde que o partido bolivariano e seu inimigo de fachada foram apeados do poder. No topo desse processo, o tribunal teve o desplante de utilizar transcrições de supostas mensagens para libertar o grande líder da facção, condenado de maneira tecnicamente irrefutável por nove magistrados em três instâncias.
E o descondenou para que ele pudesse se apresentar como candidato numa eleição com urnas eletrônicas cuja programação é controlada por membros do próprio STF. E na qual o voto não poderá ser impresso e auditado como previa a lei, algo que nem na Venezuela se fez e só encontra paralelo no Butão.
Não bastasse isso, os libertadores do presidiário perseguem e até prendem quem ousar criticá-los. Um deles, o boquirroto Barroso, agora deu para participar de seminários com políticos de oposição (o último com a criminosa impichada) em que inverte tudo, chamando quem defende a liberdade de ditador e pavoneando-se como defensor da democracia (até demais?) contra essas terríveis ameaças.
Felizmente, a presidência não está na mão dessa gente. Mais felizmente ainda, a terceira base do tripé bolivariano é a força militar, que nunca foi controlada por eles. Da primeira, tivemos uma recente resposta às suas agressões através da graça concedida ao deputado. Da segunda veio ontem a nota do ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira.
Acho que todos já a leram por aí. Deixando claro que Barroso não passa de um militante irresponsável, o general colocou algumas coisas em seu lugar. Mas o principal recado é a nota em si. Sua simples existência faz lembrar que os bolivarianos não são donos do país e não tomarão o poder com a facilidade com que imaginam.
Podem tentar, é claro. Eles têm o candidato com certo apelo popular, dominam a programação das urnas e as falsas pesquisas publicadas na imprensa amiga. Podem decretar a vitória do meliante descondenado. Mas do outro lado pode haver reação, com o artigo 142 sendo usado para promover eleições limpas, cujo resultado possa ser auditado e sem a participação de marginais retirados do presídio.
A propósito, a principal acusação de Barroso está totalmente equivocada. Os militares não estão sendo insuflados contra a sua turminha. Eles estão fulos com ela, é verdade, mas quase toda a parte decente do Brasil está. Ninguém precisa ser insuflado para isso, basta não ser pilantra e saber pensar.
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