domingo, 27 de março de 2022

Stalin vive

E pensar que todos nós já rimos daquelas fotos em que os caídos em desgraça com o camarada Stalin simplesmente desapareciam. Coisa de ditador sanguinário, exemplo acabado de que o sistema soviético não passava de uma tirania em que tudo era diferente dos países democráticos.

Porém, passadas apenas três décadas da queda do muro, a Space Foundation, cujo nome fala por si, decidiu apagar de sua foto ninguém menos que Yuri Gagarin, o primeiro homem a ir ao espaço. E ela não está sozinha, tem entidade ligada à literatura que está fazendo o mesmo com Tolstói e Dostoiévski e assim por diante.

Motivo? A Rússia atacou a Ucrânia e eles eram russos, foram colocados de castigo por causa de Putin, que nenhum deles podia imaginar que apareceria no futuro. E ninguém se escandaliza muito com isso, você vê críticas aqui e ali, mas o que parecia impensável no auge da Guerra Fria agora se tornou comum.

E hoje em dia é realmente normal. Ainda ontem não estavam derrubando estátuas de Cristóvão Colombo e outras pessoas que viveram séculos atrás? Daqui a pouco os retirarão dos livros de história, imagino que alguns já não devem aparecer nos currículos de escolas em que os novos alunes são bem-vindes.

Fizeram até uma Bíblia que corrige os versículos em que o homossexualismo é condenado. Qualquer dia os petistas lançarão outra em que o sétimo mandamento é alterado para "não furtarás um povo retirando seu líder de circulação" ou coisa parecida. Cada um faz o que quer contra quem não seguir a sua moda.

A grande diferença em relação a Stalin é que o atual cancelamento pode ser determinado por particulares, não apenas pelo governo. Mas isso mostra como os ideais do grande líder acabaram se disseminando entre a população ocidental. Agora todos querem ter seus quinze minutos de Stalin. Ele está vivo, venceu.

Não deixa também de ser um exemplo do marxismo cultural.


Nenhum comentário:

Postar um comentário