Na maior parte do mundo não deve ser muito diferente, mas a gente sempre pensa nela porque a Suprema Corte americana é mais citada em notícias e filmes. Então, imagine que a Madonna e mais alguns cantores e compositores de terceira idade apareceram por lá para fazer uma visita.
Não, eles não foram só conhecer o prédio como turistas, o objetivo era conversar com os membros da Corte. E estes deixaram seus afazeres para recebê-los. E os trataram como fãs a seus ídolos. E a Madonna cantou. E eles a acompanharam na parte do "like a virgin". E a aplaudiram no final.
Para concluir, imagine também que os artistas não foram lá só por boniteza, mas porque acreditam que o Congresso pode tomar uma decisão que não lhes agrada e querem que os magistrados tirem algum casuísmo da cartola e interfiram no outro poder caso seus receios se concretizem.
Inimaginável, não é mesmo? A não ser que você se desloque no tempo para um futuro ao estilo Idiocracia. Ou no espaço para Brasília, onde, em mais um espetáculo de degradação do STF legado pelo petismo, Caetano Veloso e sua turminha foram ontem fazer lobby contra a projeto que permite a mineração em "terras indígenas".
Todos aqui sabem que um punhado de índios recebeu um território maior que a região Sudeste (e querem lhe acrescentar uma região Sul!). Não preciso também lembrar dos problemas que isso nos traz em termos de risco à soberania nacional e desperdício de oportunidades econômicas.
A pandemia e a recente guerra entre Rússia e Ucrânia mostraram o quanto é arriscado ser interdependente em tudo e contar que os outros países sempre serão bonzinhos. A segurança nacional não pode ficar refém de idiotas que perguntam quem matou a vereadora e a autonomia econômica em algumas áreas é indispensável.
Aproveitando esses alertas, o governo retomou o projeto de lei que desagrada ao cantor. Sua tramitação em regime de urgência foi aprovada na Câmara por dois terços dos votantes. Ele provavelmente será votado até o final de abril. E, pelo que se vê, é bastante provável que seja aprovado.
Se for, o que se viu ontem foi apenas um prelúdio, pois os lacradores e a esquerda em geral sabem que o negócio é ir em cima dos amiguinhos do STF. E aí veremos o que estes farão. Se respeitarem a decisão dos representantes do povo. Se não quiserem respeitar, esperamos que ganhem uma resposta à altura.
Só para lembrar, recentemente, atendendo aos amigos de esquerda, a Rosa Weber ameaçou proibir o chamado "orçamento secreto". Mal chamado, porque o nome foi criado pela imprensa de oposição para sugerir que a destinação das verbas não é conhecida e não pode ser fiscalizada, o que não é verdade.
Pois dias depois surgiu na Câmara uma proposta para alterar a idade limite dos ministros do STF, o que aposentaria de imediato a Rosa e mais uns dois. Pouco depois isso foi esquecido, mas a viola do furor investigativo da ministra voltou rapidinho para o saco, ninguém mais tocou no assunto por lá.
O Congresso faz as leis. Se ele quiser verdadeiramente, encara o STF e os ministros que lá estão não têm nem mesmo força moral para reclamar. Que as leis sejam aprovadas por quem de direito. E se alguém achar que o Caetano Veloso vale mais que dezenas de milhões de votos, que tome a devida resposta.
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