quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Conspiração internacional

Se você acha que o Diogo Mainardi está em parafuso por causa do Moro é porque não viu o Piero Leirner. Tentando manter sua teoria de que os generais conspiradores da guerra híbrida criariam um escândalo para derrubar Bolsonaro e alavancar a candidatura do ex-juiz, ele agora está apostando na viagem do presidente à Rússia.

Acompanhe o raciocínio. Desde que o Brasil voltou a ser membro rotativo do Conselho de Segurança da ONU, no mês passado, os EUA estão dizendo que a viagem à terra de Putin poderia ser encarada como indício de apoio a uma invasão russa da Ucrânia. E o mesmo tem sido feito pela grande mídia brasileira.

Nesse contexto, a Rússia invade o vizinho durante ou após a viagem e a mídia passa a dizer que Bolsonaro vendeu nosso apoio em troca do Telegram ser utilizado para espalhar as terríveis fake news durante as próximas eleições. Afinal, o dono do Telegram é russo e Putin é russo, eles sabem se entender.

Claro que tudo seria articulado pelos generais. Mas eles entrariam oficialmente na história como os defensores do Brasil e dos valores ocidentais, atacando violentamente o presidente com o qual fingiriam não ter nada a ver. A mídia, o STF e outros os seguiriam. E Bolsonaro se veria obrigado a renunciar ou desistir da reeleição.

No fim, os militares ficariam como os bonzinhos que salvaram nossa democracia e nosso sacrossanto sistema eleitoral, Moro seria catapultado pelas pesquisas de opinião e acabaria vencendo, pois o molusco ladrão também seria descartado mais à frente e os que realmente controlam as urnas mágicas são também os generais.

Bem, é uma teoria, só falta o Putin realmente invadir a Ucrânia para levá-la à frente, pois creio que em caso contrário ela perde muita força. Como diria o Garrincha se lesse o Piero: o senhor já combinou com os russos?

Quem controla as fake news?

Eu nem estava prestando atenção ao que passava na TV (a cabo) quando a propaganda começou. Pensei que era de algum partido de oposição porque repetia que o Brasil tem (no presente) muitos problemas, fome, desemprego, coisas assim. Só descobri de onde vinha aquilo quando contaram qual era a solução.

Acredite, a propaganda era do TSE e a solução "contra a fraude eleitoral" era a urna eletrônica, aquela mesma, sem o voto impresso e auditável que estava previsto quando de sua implantação, num sistema de confiança nos poucos que controlam sua programação que só encontra paralelo no reino do Butão.

Um sistema eletrônico não é por si só garantia contra fraude alguma, apenas permite fraudes de outro tipo. E o que tem a ver a urna com os problemas apresentados no início da propaganda? Se ela fosse mesmo a solução para eles já viveríamos no paraíso há umas duas décadas. A peça é uma dupla fake news.

Mas quem controla isso? Quem impedirá que essas mentiras sejam divulgadas? Tenho a impressão de que se a informação de que só o pequeno reino asiático nos acompanha nesse assunto for disseminada o TSE (STF) passará a dizer que é por isso que ele é considerado o país mais feliz do mundo. É muita cara de pau.

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