Uma das raras exceções entre os colunistas do UOL, Josmar Jozino escreve sobre temas policiais e nos conta que Adélio Bispo, o militante esquerdista que tentou assassinar o então candidato Jair Bolsonaro, anda dizendo que a prisão em que se encontra, a Penitenciária Federal de Campo Grande, é um lugar satânico.
Ao solicitar transferência para o sistema prisional de Minas Gerais, ele invoca o "maçônico satanismo" do prédio em que está, que teria sido "construído com essa finalidade, projetado maçonicamente, para adoração ao diabo". O pedido é repetitivo e repetidamente negado. Mas é interessante ver como as simpatias políticas se distribuem atrás das grades. Em linha com a informação de que o PT é o partido dos bandidos, preferido por quase 90% dos presos que podem votar, Jozino conta que Adélio é tido como herói pelos presidiários ligados ao PCC.
Do lado oposto, os agentes penitenciários o detestam, já jogaram sua comida no chão e até quebraram o seu pé numa ocasião em que o levavam à força para o banho de sol. E há um aspecto político nisso, pois um dos agentes que mais o persegue vive a repetir que "quem vota no Lula é vagabundo e Bolsonaro é um homem de Deus".
Quem contou essas coisas ao colunista foi um piloto identificado no artigo, ex-colega de ala e melhor amigo do doido na cadeia. Ex-amigo, pois nem ele aguentou a barulheira e a gritaria do demente, que às vezes também o chamava de "maçom". "O esfaqueador de Bolsonaro enxergava maçonaria em tudo", conclui Jozino.
Sinais
No blog antigo, creio que em 2019, no primeiro aniversário do evento, nós fizemos um artigo mostrando toda a possível simbologia "maçônica" dos números e nomes presentes no local em que Bolsonaro levou a facada. Próximo do final de 2021, repetimos a foto daquela ocasião e voltamos a falar do assunto.
Pra quê? A primeira vez passou, mas a segunda não. Dias depois, sancionaram nosso pobre blog. Ação de poderosas forças ocultas ou mera coincidência?
Brincadeira, claro. Mas algo que está no artigo original não é. Na virada do século, um maçom que dizia ter bons contatos com a cúpula da irmandade, me confidenciou que esta apostava muito naquele folclórico deputado carioca. "Esse Bolsonaro vai chegar longe", disse ele para este incrédulo que só não riu por educação.
O curioso é que isso implica numa relação mais estreita e, ao contrário de Mourão, Bolsonaro nunca se assumiu, até onde sei, como membro da maçonaria. Será estratégia para não ficar mal com eleitores que poderiam não ver essa filiação com bons olhos?
É provável. Porém também pode ser alguma outra coisa. Está certo que quem parece robô é o Moro, mas já pensou se nós acabarmos descobrindo que o Adélio era o mocinho, a Sarah Connor dessa história toda?
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