Dedicado a defender o petismo e a lacração a partir da cozinha, o especialista em culinária da Foice - ela tem um! - se dedica normalmente a escrever com o estômago contra o indigesto presidente. Mas, dias desses, o que atacou seu fígado foi o churrasco dos pecuaristas na frente do Bradesco.
Furioso, ele tentava, como é normal entre sua turma, apresentar a derrota como prenúncio da vitória, um pequeno atraso que, no frigir dos ovos, apenas reforçaria o inevitável avanço. A reação dos produtores só teria chamado a atenção do público para a existência do tal "segunda sem carne" e alavancado o movimento.
Com certeza, ele está errado. Pode ser que um número crescente de pessoas deixe de comer carne, mas, além de não converter ninguém que já não quisesse ser convertido, o episódio do churrasco foi apenas outra das milhares de informações que recebemos a cada dia e somem no dia seguinte.
Isso entre a população em geral, que os politicamente corretos querem converter. No mundo da publicidade e das empresas que a patrocinam é que ninguém deve esquecer tão cedo dos empregados demitidos, das contas perdidos e da necessidade de ajoelhar no milho e pedir desculpas.
Foi mais um alerta de que forçar a colocação de um gay ou de um chavão politicamente correto no seu comercial pode lhe dar um prêmio de "luta pela inclusão" ou coisa parecida, mas talvez não seja a melhor escolha quando se trata de atrair e manter clientes, que é a razão de ser da propaganda.
No caso do Bradesco, foi impossível não perceber a reação negativa porque ela partiu de um segmento forte e organizado. No entanto, basta pensar para concluir que o que se viu ali não é uma exceção, mas a emergência de um iceberg que permanece em sua maior parte nas profundezas, causando pequenos danos aqui e acolá.
Se tiver uma opção com preço similar, eu não compro nada do Boticário e do Magazine Luiza. Não tenho a mínima ideia de quantos pensam assim e de quanto isso afeta o faturamento dessa gente, mas sei, como todo mundo, que nada é mais difícil do que trazer de volta um cliente perdido dessa forma.
Esse é um prejuízo invisível que muitas empresas já estão tendo com a lacração. E ele pode piorar se a tendência a deixar a propaganda nas mãos de paladinos do politicamente correto não for revertida, pois, num mundo conectado pelas redes, é questão de tempo até uma campanha de boicote contra isso ser bem sucedida.
Quem quer ser o próximo a ter um churrasco na porta? Acredito que nenhum entre os que assinam os cheques que bancam essas palhaçadas. E é isso que irrita o foicista. Apoio do público a propaganda lacradora já não tem. Sem verbas a alimentá-la, ela tende a ficar cada vez mais esquálida. Talvez até desaparecer, morrer de inanição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário