quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Sentiu

Márcia Tiburi, a "filósofa progressista" que pega a mochilinha e foge correndo de discussão com moleque de 20 anos, deu outra amostra (acima) de que seu primarismo não se restringe ao pensamento político. A galera viu e saiu matando. E ela ainda fez textão de tuítes para passar recibo (abaixo). É aquilo, se o golpe é forte, o laico sente.

Ao escrever uma postagem no Twitter não percebi que havia escrito juntas as palavras "mais" e "melhor". Alguém recortou o Twitter e enviou para redes mais movimentadas tais como Instagram, WhatsApp e Facebook. Passei a receber inúmeras mensagens em privado e também comentários em aberto cujo conteúdo variava de uma simples chacota até ameaças de morte, passando por todo tipo de xingamento.

Mimimi, ameaça de morte, mimimi. Marcita é até engraçada. Passa os dias xingando quem não admira seus criminosos preferidos e não quer receber o troco. Se pretende uma sofisticada pensadora e não quer ser motivo de chacota ao se ver desmascarada por um erro de escrita básico.

Estamos diante de um quadro de "bullying", um tipo de humilhação com caráter de intimidação psíquica e assédio moral. O bullying é comum nas escolas, mas funciona também nas redes. No caso, é a minha condição de escritora e professora que é evocada, por aqueles que sabem da minha profissão. Muitos não sabem, mas entram na histeria pré-programada. A maioria dos ataques provém de homens e mulheres de diversas idades, mas de profissões que vão de médicos a contadores, de esteticistas a engenheiros. Não havia pessoas de ciências humanas dessa vez. A grande maioria não era de seguidores do meu perfil de Instagram.

Eu copiei o texto como estava, a moça, nervosa, pulou o número 2. E qual seria o problema das profissões? A pergunta é retórica, claro, nós sabemos que ela gostaria de se esconder como sempre entre a turminha das ciências humanas, hoje composta quase exclusivamente por militantes tão ou mais toscos que ela.

3 - Nos perfis que pude ver, ostentavam-se bandeiras do Brasil e a preferência pela direita e pela extrema-direita política. Havia muitos perfis com manifestações de amor à família, a Deus e à Pátria e ódio a Paulo Freire. Não recebi ataques de escritores ou de professores em geral. Não porque esses sejam capazes de entender o que os haters pareciam não entender, mas porque o que está em jogo nessa "crítica" ou "queixa" em massa contra a tal postagem é bem mais do que um erro de língua portuguesa. A isca era o erro, mas o objetivo era o barulho nas redes.

Essas bandeiras do Brasil! As danadas criaram perfis e ficaram ostentando-se para incomodar a Márcia e o sacrossanto Paulo Freire. Malvadas! Mais melhor que os escritores e professores em geral não entraram nessa.

5 - Evidentemente a aparente "chacota" é na verdade parte da guerra cultural em voga. Daí o seu tom de bullying e assédio moral e psíquico. Se trata de uma arma de humilhação e achincalhamento público que tem efeitos concretos nas redes sociais, desde produzir engajamento até destruir a minha imagem. A infantilidade dos comentários não é ingênua ou desprovida de objetivos.

É laico, mas nada de quatro. O texto, o texto, ela também esqueceu o item 4. Devia estar mesmo nervosa, pois, como descobrimos pelo parágrafo acima, imaginava ter uma imagem a ser destruída fora do mundinho em que vive fechada.

6 - Devemos olhar para isso com atenção, pois agora já se ensaia o que vai acontecer na política em 2022. Na política e, portanto, na sociedade que a gera e que dela depende para existir. Imagino o que poderia acontecer se eu fosse concorrer a algum cargo.

Não diga, Márcia! E a gente aqui pensando que a esquerda bateria em 2022 sem receber porrada de volta. Mas não se preocupe pessoalmente, se você decidir concorrer a algum cargo a zoeira de agora não alterará em praticamente nada a sua votação.

7 - A extrema-direita tomou a minha imagem como arma na sua guerra contra a democracia. É a guerra da incultura e da incivilidade contra a cultura. É a guerra diária promovida por fascistas, algo que venho denunciado há anos em artigos e livros.

Só para esclarecer quem está chegando agora: os representantes da cultura são os que idolatram criminosos condenados em três instâncias, pedem o impeachment do presidente sem crime algum e escrevem "mais melhor"; os fascistas são os outros.

8 - A aparente histeria é organizada e orquestrada como todos os produtos das campanhas de difamação. No meu caso, uma campanha que está em voga desde 2018 e que me levou a sair do Brasil. Claro que muitos se engajam como simples otários, pelo prazer do bullying, mas o jogo de conspurcação da imagem para fins de enfraquecimento na esfera pública é poderoso.

Deixe de ser mentirosa, mulher, você saiu do Brasil porque o maridão lacrador arrumou uma boquinha na França. O pessoal não está nem aí para você, só se diverte com o descompasso, tipicamente esquerdista, entre a sua pretensão e a realidade.

9 - Querem evidentemente o silêncio de pessoas como eu. Como não o tem, até porque escrevo livros e eles circulam para além de mim, me transformam em arma. Vencer tudo isso vai depender de manter o estado de laboratório do espírito e uma paciência antropológica sem fim.

Mas que silêncio? De onde você tirou isso? Queremos é o contrário, ver você tomar coragem e tentar discutir com quem não é da patota. Podemos até ajudar, se 20 é demais a gente lhe arruma um adversário de 15 anos. E que fantástico esse negócio dos livros circularem para além do autor. Tentei imaginá-los circulando nos limites dele. Mas é difícil, precisaria de um laico largo pra caramba.

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