segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

De onde tirar os votos?

E não é que o Antagonista concordou conosco? Ontem mesmo, baseados numa das inúmeras pesquisas que circulam por aí, eles diziam que é improvável que Moro ganhe eleitores que hoje preferem Lula (uau!), mas ele pode tirá-los do eleitor que prefere Bolsonaro, substituindo o próprio presidente no segundo turno.

O problema é aquele que a gente levantou. Se 10% votam nos Daciolos da vida, Bolsonaro tem uns 25 e Lula uns 40, restam 25 a disputar. Moro ganhará quase todos estes e conseguirá reverter parte dos 25 de Bolsonaro já calculados por baixo? Com que proposta? Em outro tópico, o Antagonista lhe atribui as seguintes palavras de ordem:

"Anulações de condenações por corrupção em virtude de formalidades, como as de Cabral, Lula e Cunha, voltaram a ser rotina nos tribunais (...) Juntos temos que reverter a onda da corrupção."

Na verdade, trata-se de uma onda de "descondenação". É algo ruim, mas o problema é que isso deve ser resolvido no âmbito do Judiciário, no máximo no do Legislativo através de novas leis, não no do Executivo. Moro continua achando que o último deve ser uma extensão do primeiro, que o presidente da República deve se subordinar ao ministro da Justiça.

A função do Executivo no combate à corrupção é evitá-la ao máximo, não ficar discutindo as penas de quem roubou no passado. Aliás, como se faria isso? Nós já temos um presidente que vive às turras com o STF, responsável pela onda de soltura. E um que coloca milhões de pessoas na rua a seu favor. Moro, que não reúne meia dúzia, pressionará os semideuses? Os convencerá com seus bons argumentos?

A mudança exige uma mudança do STF, uma troca de nomes. Porém, pegando os grupos onde Bolsonaro parece ter mais apoio, o religioso acabou de vê-lo indicar alguém que lhe agrada para lá. Moro, que compactua com a Globo e com lacradores como a Ilana Szabó, o convencerá de que pode indicar alguém melhor?

E a turma que vota em Lula porque recebia Bolsa Família ou votará em Bolsonaro por causa do Auxílio Brasil? Se arriscará a abandonar um dos dois em troca de um presidente que se dedique a fazer discursos contra a "onda de corrupção"?

Híbridos

Matematicamente é fácil, basta tirar x% de um e passar para o outro. Na prática é bem mais difícil. Se a turma da guerra híbrida estiver errada as chances de Moro são muito pequenas. E olha que hoje eu já vi tuítes deles dizendo que o esquema dos generais manipuladores pode incluir a manutenção de Bolsonaro.

Estarão pulando do barco? Moro que tome cuidado para a CIA não voltar ao plano original e sancioná-lo antes que revele o que sabe.

Agressões

Mais uma "agressão bolsonarista à imprensa". De novo, você vai ver e tudo se resume a um empurrão ou coisa equivalente. É muito mimimi de quem parece se esforçar para criar situações em que coisas assim podem acontecer. E que vive a agredir verbalmente, mentindo, omitindo e deturpando fatos como norma.


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