Moro, Morolus, Romulus, quem quiser ver o primeiro como presidente deve torcer muito para o último estar certo. Afinal, segundo ele e seus amigos da "guerra híbrida", os generais que comandam a imprensa, a justiça e as redes sociais já decidiram que o ex-juiz vencerá as eleições do próximo ano.
Lula, Cunha, Cabral e outros estão sendo soltos? Tudo para o pessoal dizer que a corrupção voltou e precisamos de alguém que só fala nisso para dar um jeito. Bolsonaro não é corrupto? Os generais estão guardando um escândalo que será jogado no seu colo e fará com que seus eleitores o abandonem.
E se os eleitores não obedecerem, as urnas mágicas resolverão tudo. Sim, Bolsonaro queria o voto impresso. Mas por ordem dos generais, para que a esquerda, tomada pelo ódio e o desejo de derrotá-lo, defendesse a corda que a enforcará sem ter depois como reclamar. Engenhosos esses generais, não?
Engenhosos demais para não cometerem o erro de colocar todo os ovos na mesma cesta. Retirando os exageros, faz sentido ver Moro como uma opção preparada por espertos manipuladores. Mas por que ela seria a única? Seria mais simples manter a opção Bolsonaro e deixar as duas rolarem para ver o que acontece.
Assim, essa previsão dos nossos amigos híbridos pode ser tão boa quanto as de que Lula seria sancionado até o Natal e Moro pela CIA. E o ex-juiz pode ter muita dificuldade para chegar ao segundo turno de 2022.
Religiosos e auxiliados
Recentemente, líderes evangélicos repetiram que o apoio a Bolsonaro entre os fiéis subiu dos 70% de 2018 para uns 80%. Esse pessoal sabe mensurar essas coisas, mas suponhamos que não saiba e o apoio agora baixou para cerca de 60%. Aplicando esse percentual sobre os 33% de evangélicos, temos 20% do total de votos válidos.
Bolsanaro também teve a maioria dos 3% de espíritas em 2018, mas suponhamos que ele agora só tem metade deles. E entre os católicos mais radicais, nós já calculamos, tempos atrás, que ele tem mais 3,5% do total. Somando todos os votos religiosos, ele teria 25% deles em 2022.
Quanto ao Auxílio Brasil, as bolsas sempre atingiram cerca de um quarto dos eleitores e Bolsonaro também trabalhará sobre eles, usará telemarketing como o PT usava etc. O PT levava 80% deles, 20% do total. Se Bolsonaro levar só metade dos auxiliados, descontando quem já está grupo religioso terá aqui mais uns 7% do total.
Isso lhe daria 32%. Ainda faltam os militares, policiais, o pessoal do agro e gente como a maioria daqui, que apoia o presidente sem estar em nenhum dos grupos citados. Mas vamos supor de novo que estamos exagerando e ele terá apenas 25% dos votos válidos no primeiro turno.
Quanto resta para Moro disputar?
Haverá quem vote no Ciro, no Daciolo e em mais alguns do tipo. Na eleição passada foi mais, mas vamos imaginar que esse grupo agora levará 10% dos votos válidos no primeiro turno. Com os 25 do presidente chegamos a 35, restando 65 para Lula de um lado e para Moro dividir com Bolsonaro de outro.
Quanto Lula terá? Se tiver de 40% para cima, Moro já está fora. Se Lula tiver 35, restam 30 a disputar e Moro precisa vencer Bolsonaro entre estes por 27,5 a 2,5. Se Lula tiver 30, Moro precisa vencer Bolsonaro nos 35 restantes por 30 a 5 para os três disputarem quem vai para o segundo turno no fotochart.
Não está fácil para o candidato preferido da grande mídia. E é claro que você pode achar que os pastores estão mentindo, o Auxílio Brasil quase não dará votos a Bolsonaro e os meus 25% de piso mínimo estão errados. Mas, para quem prefere Moro, eu acho que é mais produtivo torcer para o Romulus estar certo.
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