Esse título já foi usado lá atrás, quando o vírus era um problema de uma cidade na distante China. E naquela ocasião a gente começava lembrando as ideias de que há doenças que, mesmo quando consideradas oficialmente apenas físicas, podem conter uma predisposição de ordem psicológica para desenvolvê-las ou não.
Alguém levou esse pensamento para as pandemias e defendeu que um dos motivos para a Gripe Suína ter feito um número relativamente pequeno de vítimas se devia ao asco que as pessoas tinham de pegar algo com esse nome. Coincidência ou não, ela tornou-se um problema sério após ser rebatizada com um estiloso H1N1.
Aplicando esse raciocínio ao então recentíssimo mal, nós dizíamos que o vírus da Covid-19 prometia ser um sucesso sem igual em termos de pandemia, pois além do nome simpático era sempre retratado com imagens bonitas, coloridas, uma graficamente mais atraente que a outra.
Isso ainda continua com ilustrações fofinhas como a que vemos acima, que acompanha uma reportagem sobre suas novas variantes. Coincidência ou não, ele parece não ter se importado muito com as vacinas que o eliminariam. Já se fala em quarta onda e querem fechar tudo de novo em certas partes do mundo.
Para piorar, "variantes" já é uma palavra legalzinha. E nomeadas com letras gregas elas ficam ainda mais chiques. Pelo menos o nome da atual contém um "micro" que indica pouca força. E ela veio da África, só chegando à Europa como aqueles imigrantes famélicos em barcos piratas. Se tivesse nascido no Velho Mundo e usasse cachecol...
Tedros tinha razão
Muito por aqui se falou dos erros do Tedros Adhanom e sua OMS, mas precisamos reconhecer que os caras acertaram quando insistiram que não adiantava os países ricos vacinarem sua população rapidamente sem pensar no resto do mundo. Não era uma questão de solidariedade, mas de eficiência, pois nesse caso ninguém é uma ilha.
Como se vê no mapa acima, em que a força do verde indica a de vacinação, a pequena e vacinadíssima Europa está praticamente encostada na enorme e pouco protegida África. Não adianta muito vacinar 90% de sua população e 10% da do vizinho se há pessoas se movendo de um lado para outro.
Mas por que a turma não pensou nisso antes? Acho que é porque reconhecer esse problema significaria admitir que essas vacinas não são como as que se toma contra a caxumba ou coisa similar, que protegem quem as tomou independente do que os outros venham a fazer.
Em inevitável estágio experimental, as vacinas contra o vírus dos comedores de morcego - assim fica mais difícil pegar - são um paliativo, não a solução definitiva que só virá quando, com pouco ou muito auxílio desses medicamentos, uma grande parte do rebanho da população se mostrar imunizada.
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