Mário Sabino, 23:59: "Quanto ao 'partido de má fama' (...) quem quiser entrar no jogo político brasileiro tem mesmo de tapar o nariz, infelizmente." Mário Sabino, 24:00: "Jair Bolsonaro e Valdemar Costa Neto: tudo a ver. Lula e Valdemar Costa Neto: tudo a ver. Jair Bolsonaro e Lula: tudo a ver."
Por coisas como essa é que os antas se perderam. No primeiro tuíte, ao comentar a filiação de Moro ao Podemos, ele argumentava, como a gente concorda, que é impossível participar do jogo político com uma visão de justiceiro inflexível: este não serve porque fez tal coisa há 10 anos, aquele não presta porque se corrompeu há 20...
Punir erros do passado é função da Justiça. Quem governa deve evitar as irregularidades e afastar quem as cometa em seu governo, não dos de anos atrás. O que ele pode fazer se o povo elegeu o sujeito após ele ter escapado da lei ou cumprido sua pena? Se você só conversar com os impolutos não vai sobrar quase ninguém.
Pois é, mas o anta que aceita esse raciocínio em relação a Moro muda completamente quando o filiado é Bolsonaro. Aí volta aquela história, parecida com a dos pais que querem justificar os erros dos filhos, de que o problema são as más companhias. Mas não são, pois os meninos não reagem da mesma forma quando vão morar na vizinhança barra-pesada.
Malvado por natureza, o garoto Luís Inácio se sentiu em casa assim que mudou. Logo fez amizade com a marginalidade local e, tendo demonstrado capacidade de ir mais longe que a maioria da turma, passou a liderá-la. Era ele quem mandava roubar aqui ou acolá, sempre tomando o cuidado de cobrar a parte que lhe era devida em cada assalto.
O menino Jair passou um terço de seu período inicial de locação ameaçando sair na porrada com as gangs. No terço seguinte, abatido pela pandemia, teve que fazer alguns negócios com seus membros, mas não permitiu que nenhum deles os utilizasse para roubar. E se você acha que isso é fácil, saiba que ninguém tinha conseguido tal resultado antes.
Agora é a vez de Sérgio. Pelo seu shortinho branco imaculado, imaginaram que ele começaria como Jair, sozinho. Mas não, ele já está envolvido com algumas quadrilhas e dizendo que elas não são tão más quanto outras. Ninguém imagina que ele as chefiará como Luís Inácio, mas será que conseguirá mantê-las na linha como Jair?
Mais ainda. Será que ele conseguirá resistir ao assédio de gente como os "artistas" que ficam elogiando os meninos da rua para depois lhes pedir certos favores? Jairzinho resistiu. Serginho dá todas as indicações de que não. Talvez não o faça por ser mau como Luizinho, e sim por ser bobo. Mas o resultado é quase o mesmo.
Mistérios do 22
Em relação ao artigo de ontem, acho que todos entenderam que o 22 tinha um significado que se soma a alguns dos apresentados, pois Bolsonaro será PL, será 22 em 22.
Ontem de manhã a gente ainda não podia abrir totalmente o jogo e tinha que parecer um blog que, a exemplo do que aconteceu tantas vezes com governo Bolsonaro, quase acabou, mas acabou ressurgindo em nova versão. É aquele negócio de fingir fraqueza para confundir o inimigo, coisas da guerra híbrida.
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