quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

O caminho do dinheiro

Como disse a juíza Ludmila Lins Grilo, não existe assessoria jurídica que possa custar os 129 milhões de reais - valor fixo, sem taxa de sucesso em qualquer processo - que o banco Master estava pagando, em parcelas mensais de 3,5 milhões, à esposa e aos filhos de Alexandre de Moraes.

Mesmo para os padrões petistas, conhecidos por seus esquemas multibilionários, o valor é elevado em termos pessoais. Lembremos que, segundo a própria imprensa que o defende, além de uma parcela inicial de 25 milhões, o filho do "chefão do Tammany Hall" recebia apenas 300 mil mensais do dinheiro roubado dos aposentados.

Tudo isso é esperado quando se trata dessa gente, só fica a dúvida de como esses valores eram repassados. No caso do Lulinha eu acredito que a operação envolve a misteriosa empresa da Espanha, mas sabe-se lá. Em relação aos outros a questão é como os pagamentos do Master foram feitos depois da Magnitsky.

Se os familiares do sancionado tinham uma conta no próprio banco já foram castigados. Usar os grandes bancos nacionais seria arriscado. Será que aqui também existe alguma triangulação com empresas ou bancos estrangeiros? 

Quem deveria fazer essas perguntas e correr atrás das respostas era a grande imprensa, mas eles não se preocuparam em saber nem o nome da tal "empresa da Espanha", dali não sai nada. Quanto ao outro assunto, Alexandre Garcia escreve:

Em tempos normais isso seria manchete garrafal, com ministro saindo no dia seguinte, entregando o cargo. Isso em outros tempos. Agora o próprio Supremo recebe ações dos escritórios de familiares. Enterraram a ética, e a ética é a base de tudo. Então não há mais base, não há mais raiz.

Bem, estamos falando do tribunal onde Lule, depois de ter sido condenado tantas vezes, em tantas instâncias, com tantos juízes, teve seus processos anulados por causa do CEP de Curitiba. Devia ser o CEP de Brasília e São Paulo. Todo o juiz de primeira instância sabe que, se o processo está na jurisdição errada, mas está no fim, se já houve condenação, não se mexe mais nele. Não vão anular tudo só porque está em outra instância, em outra cidade.

Boatos

Correu esses dias o boato de que a Magnitsky de Moraes seria retirada. Porém, quando você pesquisa o assunto, logo percebe que tanto a colocação como a retirada de um nome nessa lei envolvem um demorado processo que passa por órgãos relativamente independentes da própria presidência americana.

O Trump não pode amanhecer invocado e mandar colocar ou retirar alguém da Magnitsky como faz com os vistos. Talvez nem um hipotético sucessor democrata possa. Para começar, dentre as justificativas para livrar alguém da lei a que mais se encaixaria no boato é a de prestação de relevantes serviços aos EUA, mas a saída do Maduro (o "serviço") seria obra de terceiros. 

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