sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Ambições paralelas

Mais do que a falta de informação, é a incapacidade de conectar duas ou mais informações e tirar conclusões por conta própria que transforma boa parte de nosso eleitorado em presa fácil para demagogos apoiados por uma mídia mais interessada nas verbas do que na verdade.

Veja o caso da meta fiscal. Ela é estabelecida para que o governo se veja obrigado a equilibrar receitas e despesas. No entanto, governantes corruptos e/ou incompetentes podem continuar gastando à vontade e depois decretar que algumas despesas simplesmente deixaram de fazer parte do cálculo da meta. 

Seria como chamar um armazém mal suprido de Tem Tudo; "meta fiscal" se torna um nome fantasia, um título vazio divorciado do conceito original. Mas tente explicar isso para o gado manipulado e ele, incapaz de pensar por si mesmo, reagirá dizendo que a meta fiscal foi cumprida porque as "autoridades" e a "imprensa" assim lhe informaram. 

Do mesmo modo, hoje amanhecemos com manchetes em que o Descondenado garante que reverterá sua derrota no Congresso e os ricos acabarão pagando mais impostos. Se vem a público dizer isso é porque confia que boa parte do eleitorado o apoiará. E ele tem razão, mas porque seu eleitor típico é um idiota.

Se não fosse, ele pensaria: "Peraí, seu fdp, quer dizer que os 37 impostos que você criou ou aumentou eram para os pobres? Que você passou o mandato enfiando taxa de blusinha e só agora quer apertar os ricaços?" O gado sabe dos aumentos anteriores, mas não consegue reunir as informações num raciocínio coerente. Se souber escrever, é capaz até de ir para as redes defender seu mestre.

Quase lá

Num nível um pouquinho mais elevado, porém igualmente confiante na imbecilidade de seu eleitor, o deputado dos animes e dancinhas está tentando convencer o Senado a não aprovar quem o Descondenado indicar para a vaga deixada pelo Barrosa no STF. 

Está certo, quanto mais o tribunal estiver nas mãos do petismo pior será. Porém impedir esse domínio era um dos grandes motivos para votar em Bolsonaro no segundo turno de 2022. E, como sabemos, o malandro fez de tudo para o PT vencer a eleição.

A única sujeira foi o "golpe"?

Para o exterior eles tentam afetar normalidade, porém a saída de Barrosa mostra como anda o clima no STF depois que suas violações aos direitos humanos passaram a ser punidas com a Lei Magnistky. Mas será que é só por isso que ele resolveu sair?

Lembremos que Barrosa estava representando o Brasil no Fórum de Davos, em janeiro último, quando lá foi assinado o acordo em que uma tal Ambipar passaria a cuidar de "emergências climáticas e ações de sustentabilidade" nas áreas indígenas. 14% do território nacional foi entregue a esse pessoal sem concorrência, sem nada. 

Meses depois, em maio, no que chamou de "exemplo para todo o judiciário", o mesmo ministro contratou a mesma empresa para "executar a compensação integral das emissões de gases de efeito estufa associadas às atividades do STF". 

Agora, quase ao mesmo tempo, a empresa deu um calote geral e o ministro se demitiu. Meras coincidências? Ou por trás disso tudo existiam ambições paralelas - desculpem, não resisti - que acabaram frustradas?



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