Depois de passar meses esperando por ela e torcendo pela sua aplicação aos que insistiram em perseguir inocentes, creio que nós conhecemos a Lei Magnitsky razoavelmente bem, sabemos que os bancos a cumprem, que ela se estende à família do sancionado, que este sofre uma "pena de morte" financeira etc.
O mesmo, porém, não se pode dizer da nossa grande imprensa. Se você se "informar" pelo consórcio de canalhas ficará com a impressão de que tudo se trata de bobagens como não poder viajar aos Estados Unidos e não ter cartão de crédito internacional, que qualquer um tira facilmente de letra.
Entende-se que uma pateta como a Nina Lemos escreva que "essa lei com nome ridículo não vai afetar a vida de ninguém". Mas como explicar que seus colegas nos jornalões tratem do assunto com o mesmo pouco-caso da bela? Eles são igualmente ignorantes ou há uma ordem para tentar enganar o público pela enésima vez?
Provavelmente, as duas coisas. Parte do pessoal é burra e desinformada, outra parte torce para que seja encontrada uma saída para o enrosco e adia o reconhecimento do problema, recusando-se a admitir que as vítimas que pensavam ser indefesas tenham encontrado um meio de arrebentar sua fortaleza aparentemente inexpugnável.
Só isso explica o que se lê por aí. Na Folha, por exemplo, uma tal Camila Rocha diz que o destino de Bolsonaro está selado depois que seus aliados e o povo o abandonaram (!). E seu filho agravou o problema ao fugir para o estrangeiro e convencer o Trump a taxar nossas exportações.
No Globo, o malandro Lauro Jardim garante que os bolsonaristas sonham em usar o povo que conseguiram colocar na rua ontem para negociar com o Supremo. Mas ficarão na vontade, pois os ministros não se abalam com multidões gritando e não querem nem saber de conversa com essa gente.
Ambos analisam a situação como se não existisse a possibilidade de uma punição - pesada, perpétua e extensiva a familiares - ao ministro que decidir permanecer no erro, abraçado ao arbítrio e à farsa do "golpe". Vamos ver até onde esses militantes de redação continuarão fazendo de conta que nada aconteceu.
Toma que o filho é teu
Lindinho colocou o STF numa saia justa ao solicitar que o tribunal ordene aos bancos brasileiros que não cumpram as determinação da Lei Magnitsky (e sejam pesadamente multados por isso). Malandros, os macacos mais velhos fizeram a maquininha de sorteio jogar a bomba no colo do novato Zanin.
Esperto, Zanin mandou o pepino para o Gonet dar seu parecer. E eu imagino que este vai sentar em cima do caso até que convençam o bobalhão a retirar o pedido ou a coisa se resolver de algum outro modo. Os militantes podem fingir, mas os ministros e o PGR sabem que o deles está na reta.

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