Em troca de não sofrerem mais punições, os supremos toparão anular ou mandar para a primeira instância o processo do falso golpe? Se você medir pelos discursos furibundos de ontem, não há chance disso acontecer. Mas é assim mesmo, os três que se manifestaram não poderiam, neste momento, dizer outra coisa.
No entanto, dois deles, Gigi e Barrosa, são os que mais perderiam caso fossem sancionados, principalmente em termos internacionais. E até mesmo Xandão tem muito a perder, pois sua mulher, dona do escritório que é a verdadeira fonte de renda do casal, ainda não entrou (mas pode entrar) na Magnitsky.
Ele vai fincar pé e deixar que o pior aconteça? Ela está lhe dizendo que o apoia sem se importar com as consequências porque leva a sério aquele negócio de "na pobreza e na riqueza"? Ou está, ao contrário, tentando convencê-lo a dar um jeito de manter as aparências sem matar a galinha dos ovos de ouro?
Como agora os dois lados tem muito a perder com a briga, é possível chegar a um acordo. Mas é evidente que estamos longe de poder cravar que isso vai acontecer.
Caso não haja acordo não faltam propostas, mas nenhuma é tão criativa quanto a que diz que Trump pode conceder a cidadania americana a Bolsonaro e nomeá-lo embaixador dos EUA no Brasil. Isso parece tão fora do normal que a gente tende a achar que deve ser só conversa, mas não custa pensar na possibilidade.
Para a representação americana não faria diferença, pois ela já está sem embaixador desde que Trump assumiu e na prática continuaria assim. O problema é para Bolsonaro, pois os inimigos bateriam na tecla de que ele é só um estafeta de Trump e isso poderia causar algum dano eleitoral a ele ou seu candidato.
Caso se considere que o risco vale a pena, o resto é só vantagem. Com imunidade diplomática, Bolsonaro se livraria da perseguição judicial e poderia circular livremente pelo país. Ou teria que ser enviado para os EUA com toda a segurança caso o petismo o expulsasse (como provavelmente aconteceria).
Em qualquer dos casos, reunindo-se com eles aqui ou obrigando-os a viajar para lá, ele seria o encarregado de discutir tarifas e sanções com os políticos e empresários brasileiros. Os capangas do desgoverno tentariam falar com os americanos e eles os mandariam procurar Bolsonaro, que se tornaria uma espécie de presidente paralelo.
De todas as soluções existentes, essa deve ser uma das mais improváveis. Mas seria sem dúvida alguma a mais divertida.
100 dias
As obras grandiosas não estão prontas, a hospedagem está pelo olho da cara e não dá para todos, mas o desgoverno garante que fará uma belíssima COP 30 em Belém. Você sabe como é, em 100 dias, prazo que resta para a abertura do evento, o descondenado resolve qualquer problema. É só esperar.

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