Não me lembro de outra manifestação de apoio tão forte quanto a de Trump a Bolsonaro. O próprio Molusco estava anteontem defendendo sua colega de ideologia e corrupção na Argentina, mas isso não vale nada porque ele é fraco e ninguém o leva a sério; governantes fortes não costumam ser diretos como foi o Laranjão.
Talvez seja por isso que desta vez os ministros responsáveis pela farsa da "trama golpista" não mandaram dizer que estavam fazendo piada sobre quem perderia o visto americano. E sem essa orientação, seus porta-vozes, que se chamam entre si de "jornalistas", tampouco sabiam muito bem como se posicionar.
Sobrou para o descondenado a defesa de quem o levou da cadeia para a presidência. O que lhe pareceu fácil, pois só precisou reciclar o argumento que usa para defender ditaduras como a cubana e a venezuelana: isso é assunto interno desses países e nenhum estrangeiro pode palpitar sobre eles.
Hoje, refeitas do impacto inicial, as putinhas da imprensa dizem que ele tem razão, mas, vários dias depois, lembram repentinamente de seu apoio à Kirchner para salientar sua contradição. Fingem assim criticá-lo para tentar igualá-lo a Trump e tranquilizar o rebanho.
A diferença é que o cachaça fala qualquer coisa que lhe vem à cabeça e não tem como impor nada à Argentina ou a algum argentino. Trump, por sua vez, não joga palavras ao vento e pode complicar a vida dos responsáveis pelas arbitrariedades cometidas contra Bolsonaro e seus apoiadores.
Na verdade, tudo indica que o apoio de Trump não deve se restringir a uma postagem. Ele não é um idiota que acordou invocado e resolveu desopilar, aquilo é o começo de algo, uma introdução ao que virá. O que ou quando acontecerá nós não sabemos, mas vem porretada por aí. Vamos aguardar.
Erramos
Ontem de manhã nos referimos à reunião esvaziada dos Brics como se ela já tivesse acabado. Depois percebi que ela só terminou horas depois, no final do dia. Mas isso não faz nenhuma diferença, é claro.
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