sábado, 5 de julho de 2025

Entrando pelo cano no exterior

Apesar do nome, Omar Farang Zin era um italiano que não enviava cartas, mas postava fotos e vídeos de ursos em suas viagens de motocicleta pelas regiões selvagens da Romênia. "Olha que lindo", ele escreveu numa selfie em que seus amigos animais apareciam ao fundo, a poucos metros de distância.

Seu corpo foi encontrado perto dali. E apesar dele ter procurado os bichos e não o contrário, a ursa que o matou será sacrificada. Se fosse onça e tivesse se naturalizado brasileira, ela poderia ter atacado o sujeito de graça e ainda morreria de velhice sob proteção de algum órgão ambiental.

O Burundi tem mais animais selvagens do que a Romênia, mas o problema da nação é a bruxaria, comumente praticada por opositores. Pelo menos é o que sustenta o Imbonerakure, o braço juvenil do partido que manda por lá (CNDD-FDD), uma espécie de MBL nativo que tem se dedicado a eliminar o bolsonarismo local.

Cumprindo sua missão, dia desses eles invadiram as casas de alguns feiticeiros e mataram seis pessoas, quatro a pedradas e duas queimadas vivas. No Brasil essa selvageria não seria permitida, aqui eles no máximo condenam quem reclama do governo a 17 anos e deixam o cara ficar doente e morrer na cadeia.

O pessoal tinha esse hábito de queimar pessoas no Alabama, mas hoje em dia os perigos são outros. Foi o que descobriu Drew Owen, que entrou literalmente pelo cano. Ele saiu de casa no meio da tempestade para pegar as bolas dos filhos que estavam sendo levadas pela enxurrada e caiu num cano de drenagem pública de água.

Arrastado por mais de 150 metros sem conseguir respirar, Drew passou por baixo de uma estrada antes de ser jogado num riacho e se agarrar a uns galhos de árvores. No Brasil isso dificilmente aconteceria, a maioria do país não tem sistema de drenagem pública e onde tem ele costuma viver entupido.

Para o bem e para o mal, nosso país é diferente dos demais. Mas por que a gente começou dizendo que o Omar não enviava cartas? Nada demais, foi só para lembrar que o advogado do Prerrogativas que pegou a boquinha de presidente dos Correios entregou seu cargo em uma carta enviada para o descondenado. 

O motivo parece ter sido o excesso de "investimentos", que é como o gado petista chama o prejuízo por má gestão. Na maior parte do mundo ele já teria sido chutado há meses, talvez estivesse até preso. Aqui ainda será preciso esperar a carta chegar. Mas é rápido, até o final do ano ele sai.


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